tag:blogger.com,1999:blog-55295140016909908852024-03-14T01:43:24.956-07:00Filosofia com o Prof. Fábio SilvérioFábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.comBlogger33125tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-42514458772720193892020-04-23T19:57:00.000-07:002020-04-23T19:57:07.761-07:00A Modernidade e as tensões entre a Ciência e a Religião<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQCmoYQdMj2Fog6jwZdB4r-hrHa-sibiDQuEM1EeZPwkevLDP7rOE4-7xbUdli5wPRYD_nZIgI1plbRWIlQZ41IjGyPlOd-WXZGAf1aLobLe1Z7ApMfXYL_a3A3EU-tddnvd_t3uw5g_I/s1600/1+c2xRRDyOhzhBFo0p462kbg.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="473" data-original-width="629" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQCmoYQdMj2Fog6jwZdB4r-hrHa-sibiDQuEM1EeZPwkevLDP7rOE4-7xbUdli5wPRYD_nZIgI1plbRWIlQZ41IjGyPlOd-WXZGAf1aLobLe1Z7ApMfXYL_a3A3EU-tddnvd_t3uw5g_I/s320/1+c2xRRDyOhzhBFo0p462kbg.jpeg" width="320" /></a></div>
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A Filosofia Moderna foi um movimento de busca pela autonomia da razão humana em relação à religião. Na Idade Media, a religião era a autoridade máxima, e, embora a ciência tenha surgido aí e o espírito inventivo e experimental tenha se beneficiado do otimismo cristão em relação ao mundo, toda forma de conhecimento natural estava sempre submetida à Igreja. A Filosofia, que se desenvolveu muitíssimo no período medieval, sobretudo com os escolásticos, era chamada de "serva da teologia", e se houvesse qualquer discordância entre a teologia e qualquer ramo das ciências naturais, já se sabia de antemão que o erro estava no lado dessas últimas.</div>
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A Idade Moderna buscará a independência do saber humano. Surgirá uma vida intelectual fora do ambiente das universidades medievais, que eram terrenos eclesiásticos, e se lutará pelo desenvolvimento sem limites da razão natural. As ciências medievais tinham um caráter sobretudo contemplativo, não instrumental. Agora, porém, as ciências visarão conhecer o mundo para que este possa ser manipulado em função do conforto humano. A ciência, por este motivo, se desenvolve intensamente e o espírito da época marca uma passagem de autoridade: se antes a referência dos mistérios do mundo era a Igreja, agora o cajado é passado à ciência. Para compreendermos essa passagem, basta perguntar: quem procuramos hoje quando estamos doentes? Um padre/pastor ou um médico? Com algumas exceções, a maioria, ainda que não descarte as orações, procura o médico e o seu saber científico.</div>
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Galileu Galilei representou bem esse movimento de passagem. Demonstrando, por meio de observações, que não era o sol que girava em torno da terra, mas o contrário, ele ajudou a estabelecer uma visão de mundo totalmente nova, fato que chamou a atenção da Igreja porque parecia que a contrariava. Acontecia, então, um dos primeiros atritos históricos entre a Ciência e as crenças estabelecidas ou inspiradas na religião. Não é que Galileu fosse ateu ou antirreligioso. Ele era um católico devoto e, como tal, acreditava na função sagrada da Igreja. Do que se tratava, então? Uma frase sua expressará o motivo da divergência: "A Sagrada Escritura diz como se vai ao Céu, e não como vai o céu". </div>
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Dizendo isto, Galileu afirmava que o terreno atuado pela Igreja, o da Fé e o da Moral, era diferente do terreno da Ciência, que buscava dizer como o universo se comporta. A Religião não podia ter a pretensão, segundo ele, de fazer afirmações científicas, pois fugiria, assim, do seu campo original. </div>
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Era então o período da Contra Reforma, um movimento católico de resposta à Reforma Protestante iniciada por Lutero. Grande parte da polêmica luterana se deveu justamente à interpretação das Escrituras. Agora, num momento de grande sensibilidade, Galileu aparece dando lições à Igreja de como a Sagrada Escritura deve ser lida. O conflito se acirrou e Galileu foi condenado pela Inquisição à prisão domiciliar e a abjurar as suas teses.</div>
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Essas tensões entre a religião e a ciência foram se repetindo no decorrer da história, às vezes assumindo a forma de um atrito entre ciência e ética. Até hoje, a ciência se vê restringida por ter de respeitar os limites morais vigentes. Não é parte da ciência dizer se algo é correto ou errado. Cabe à ética essa função. Por isso, a religião sempre se verá impedida de extrapolar certos limites. As armas nucleares são exemplos clássicos de como a ciência pode não somente contribuir para o desenvolvimento humano, mas também pode nos aproximar da barbárie. Outros pontos moralmente sensíveis tratados pela ciência são a questão da clonagem, da inseminação artificial, o discurso sobre o momento exato em que começa a vida, o uso de células tronco embrionárias, etc.</div>
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Esse movimento de confiança exacerbada na razão, que caracteriza a modernidade, culminará na experiência das duas guerras mundiais e numa reação, em seguida, exatamente oposta: a de desconfiança na razão e de desesperança na bondade humana.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-46230899429951501332020-04-16T16:37:00.005-07:002020-04-16T16:55:14.176-07:00A Revolução Copernicana e o problema da origem do Universo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG3qGaHNlAIFEQwd9bg_THtjxkWU0d2VnnWRdgMyXnbMB6ce284LnlKS-fXda74DNErOM4b-u0O6hO9rS04oJ9eDEVAIcPygW_gYj08LWEJKq43pA9lBjH4i-UtZvYs8c8OCbmqWu9TrE/s1600/sem-tc3adtulo10.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="244" data-original-width="525" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG3qGaHNlAIFEQwd9bg_THtjxkWU0d2VnnWRdgMyXnbMB6ce284LnlKS-fXda74DNErOM4b-u0O6hO9rS04oJ9eDEVAIcPygW_gYj08LWEJKq43pA9lBjH4i-UtZvYs8c8OCbmqWu9TrE/s400/sem-tc3adtulo10.png" width="400" /></a></div>
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Desde que o ser humano existe, ele costuma se perguntar sobre a origem de tudo quanto vê. Suas primeiras impressões lhe dizem que ele habita uma superfície extensa, que chamou de "Terra", e que ao redor desta superfície existem outros corpos, muitos dos quais ele consegue ver a olho nu: o sol, a lua, alguns planetas e as estrelas. É natural, então, que ele se pergunte como tudo isso surgiu.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMVSQVgI4VxRzL_abEw-OP7iDR67eq3pRfHutUnf5SfrVbFp03giBaRJXFZRq8MtuQ_NvwiDGhaIsTchXtqPbS93Q2Pv4Y-KCS7TGYi6kyje-EYNQWZPscqC_taL1W3-kdrU7YRTW66Io/s1600/1-constelacao-da-ursa-maior.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMVSQVgI4VxRzL_abEw-OP7iDR67eq3pRfHutUnf5SfrVbFp03giBaRJXFZRq8MtuQ_NvwiDGhaIsTchXtqPbS93Q2Pv4Y-KCS7TGYi6kyje-EYNQWZPscqC_taL1W3-kdrU7YRTW66Io/s320/1-constelacao-da-ursa-maior.jpg" width="320" /></a>A sua visão natural parece lhe indicar que a terra é um plano fixo ao redor do qual giram as estrelas, o sol e a lua. As primeiras teorias, assim, afirmavam que a terra ocupava uma espécie de centro, e ao seu redor gravitavam os corpos celestes, aqueles que habitavam no céu. Estes corpos dividiam-se em dois tipos: os que se moviam (chamados de planetas) e os fixos (chamados de estrelas). Estes últimos, as estrelas, estavam pregadas na superfície escura que era, então, chamada de "abóbada celeste".</div>
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Este modo de ver ficou conhecido como sistema geocêntrico (Geo = Terra; Cêntrico = Centro) ou sistema ptolomaico, pois Ptolomeu foi o seu primeiro sistematizador, isto é, a pessoa que transformou essas ideias numa teoria organizada.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkQDruRE-CjdIr-jHTmGpS5qmlde9i9TvDdj-LTXQ8sdgTNMkl_aCcyAqz2SuPaCCSseZ7WEz0vJ3jkGTK5_kvit7V2jKWWvoMdtJQvaJmD0uaa0KnAel8pkkAfE7jj7J93bQA3_BI-CM/s1600/teor%25C3%25ADa-geoc%25C3%25A9ntrica-1-1024x722.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="722" data-original-width="1024" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkQDruRE-CjdIr-jHTmGpS5qmlde9i9TvDdj-LTXQ8sdgTNMkl_aCcyAqz2SuPaCCSseZ7WEz0vJ3jkGTK5_kvit7V2jKWWvoMdtJQvaJmD0uaa0KnAel8pkkAfE7jj7J93bQA3_BI-CM/s320/teor%25C3%25ADa-geoc%25C3%25A9ntrica-1-1024x722.jpg" width="320" /></a></div>
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Esse sistema perdurou até o começo da modernidade. Nicolau Copérnico, um astrônomo, formulou uma teoria que contrariava o sistema geocêntrico. Segundo ele, não era a Terra que habitava o centro do universo, mas o sol. Este novo sistema contradizia não só a visão astronômica anterior, mas abalava igualmente a religião. Com efeito, a Cristandade, entendendo ser o homem o centro da criação de Deus, via como muito conveniente que ele habitasse o lugar central do universo. Agora, porém, com a nova teoria, a Terra era jogada ao escanteio, e aparecia não mais como um espaço privilegiado, mas apenas como um planeta entre outros. A centralidade do homem como imagem de Deus recebia um golpe, e a Religião, tendo as suas teorias contrariadas pelos fatos, viu-se desacreditada. Toda a sociedade dessa época era profundamente religiosa, de modo que esta mudança produziu uma espécie de crise existencial, motivo pelo qual ficou conhecida como "Revolução Copernicana".</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGPg5vK7PKw0lSkzK2W2h24AhyqzOJM9SiG3lfOBHy62QMZ1qO3yg_zxuaZ2HhGVOq8shlkn0o83eN89zPVk2KWPz5f8cN6YnTojcmx6P0gKV6XudSUkCl16BqgP9ulXMwzHF6qxp19g4/s1600/sistema-solar-1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="425" data-original-width="640" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGPg5vK7PKw0lSkzK2W2h24AhyqzOJM9SiG3lfOBHy62QMZ1qO3yg_zxuaZ2HhGVOq8shlkn0o83eN89zPVk2KWPz5f8cN6YnTojcmx6P0gKV6XudSUkCl16BqgP9ulXMwzHF6qxp19g4/s320/sistema-solar-1.jpg" width="320" /></a>Galileu Galilei, aperfeiçoando os estudos de Copérnico e desenvolvendo métodos de observação direta dos corpos celestes, estabeleceu de vez a verdade do heliocentrismo, isto é, de o Sol ser o centro (Helio = Sol), e não a terra. O nosso planeta, antes visto como uma extensão fixa, era agora identificado como um corpo errante, isto é, que se move e que gravita o sol, como os outros planetas.</div>
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Atualmente, conforme o tempo passa, os métodos e instrumentos de observação vão ficando mais sofisticados e permitindo uma observação sempre mais completa do universo. As mesmas perguntas do começo, isto é, de como tudo surgiu, continuam a ser feitas, ainda que agora tenhamos respostas mais complexas e elaboradas do que antes. A hipótese criacionista, embora tenha recebido ali um golpe, ainda que não fosse intenção dos defensores do heliocentrismo - que eram ambos religiosos -, nunca foi inteiramente abandonada. Toda a cristandade continuou atribuindo a origem do universo à ação direta de Deus. Mas quanto ao modo isso como o Universo foi feito, não se sabe e não há uma resposta definitiva. A teoria mais aceita quanto a este problema é a do Big Bang. Segundo ela, o universo teria surgido a partir de uma grande explosão. Além destas, há ainda outras teorias: a da eternidade do universo, a de que haja, não um, mas múltiplos universos (teoria do multiverso), não sendo possível definir qualquer começo, etc.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik-eBa2L6Neqy1RRPR8tGF0dyvxC01f1iTKIf8t5IdiazmJDyZBlgA4588nld7FzjXzfJvjh385IhGy0nBVb03r-reFbZ8Zh3odBXgs5G8jSM7IBm_YbqOrSWbkSxpjHD8zT7Y4evvbvQ/s1600/b1-300x140.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="140" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik-eBa2L6Neqy1RRPR8tGF0dyvxC01f1iTKIf8t5IdiazmJDyZBlgA4588nld7FzjXzfJvjh385IhGy0nBVb03r-reFbZ8Zh3odBXgs5G8jSM7IBm_YbqOrSWbkSxpjHD8zT7Y4evvbvQ/s1600/b1-300x140.jpg" /></a></div>
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As duas teorias mais famosas, a criacionista e a do Big Bang, geralmente são vistas como opostas e mutuamente excludentes. O Big Bang ganhou fama de ser uma teoria ateísta, que tenta dispensar Deus do processo de surgimento do universo. Embora ateus possam tranquilamente defender essa teoria, não é o caso que o seu primeiro defensor fosse um ateu. Era, na verdade, um padre, o Pe George Lemaitre, que a chamava de "hipótese do átomo primordial".</div>
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Assim, as teorias do Big Bang e do Criacionismo não são opostas, mas harmônicas. Uma pessoa pode defender as duas ao mesmo tempo. Há mesmo quem afirme que o Big Bang não somente permite, mas exige a existência de Deus, como se pode ver no vídeo abaixo.</div>
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<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="480" src="https://www.youtube.com/embed/HgxG55zsP_4" width="553"></iframe>Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-90343559936164342412019-09-10T07:57:00.002-07:002019-09-10T08:01:50.893-07:00Sigmund Freud e a descoberta do Inconsciente<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGdkv8pAVZmjdpgjxEwyAyAa5RdQmQ4HYO9OAKJ91lyaWGq9U0DvxXCJYQ4LlPgBAAlvg_khOTYKb6t9rUezAWsQpU6yZ7I5SIOWGm_yrOOeWWvoe7DdGSbIvBOrZEb1v2EtptRXgJAVI/s1600/Freud.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="678" data-original-width="452" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGdkv8pAVZmjdpgjxEwyAyAa5RdQmQ4HYO9OAKJ91lyaWGq9U0DvxXCJYQ4LlPgBAAlvg_khOTYKb6t9rUezAWsQpU6yZ7I5SIOWGm_yrOOeWWvoe7DdGSbIvBOrZEb1v2EtptRXgJAVI/s320/Freud.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sigmund Freud</td></tr>
</tbody></table>
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Sigmund Freud era um médico austríaco que, a partir do tratamento de pacientes com histeria, descobriu uma série de dados que formariam, depois, a Psicanálise, também chamada de Psicologia Profunda. Ao perceber que os pacientes sofriam de sintomas que não se explicavam por nenhum problema fisiológico, ele chega à sua primeira conclusão: <b>a mente não é o mesmo que o cérebro</b>. A partir de então, Freud concentrará seus estudos sobre esta instância não física, mas tampouco espiritual, chamada mente ou psique.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEQFxSg08lvahyALWkr7Ue1ctk9wPg6ZVQJjKyFMQ9B8GBR776_pkBGgUux09KORp7bRvDkZHTC3WybLDvMEVXyFG0Lf6lBNU2_YI8j-sP2h48BW19B02MMsHyOFP3vj1evs7fiFcN0mo/s1600/Freud2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEQFxSg08lvahyALWkr7Ue1ctk9wPg6ZVQJjKyFMQ9B8GBR776_pkBGgUux09KORp7bRvDkZHTC3WybLDvMEVXyFG0Lf6lBNU2_YI8j-sP2h48BW19B02MMsHyOFP3vj1evs7fiFcN0mo/s200/Freud2.jpg" width="200" /></a></div>
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Descobrirá que a psique é bem maior do que se supunha, e que a maior parte dela encontra-se submersa, inacessível à pessoa. Para ilustrar esta descoberta, usará a figura do Iceberg, que possui apenas uma pequena parte acima do nível da água, estando todo o restante abaixo, invisível aos olhos de um observador. A pequena parte visível, aquilo que percebemos da nossa mente neste exato momento, ele chamou de "consciente". A parte submersa, escondida ao olhar interior, ele chamou "inconsciente". Haveria, ainda, uma instância de interface entre as duas: o pré-consciente. Nele estariam as informações que, embora não estejam conscientes neste exato momento, podem ser trazidas à consciência por um simples ato de vontade. Pensemos aí nas datas de aniversário, nomes de pessoas importantes, formação cultural, etc.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipoGQgsO90uJEm2d146PHODN9LPUkKMjK6Zj-GymDc8NWbDLz7khjpTtKPPrP2DruWOy_WVP1Cx3nh6mkiNOx6iYZ1BROyr-IrOHUvVGKNPjvNKGtRzkZsgRKIwdt2stccNdiAKRz8gHM/s1600/66339862_437671533497866_3534483073165283465_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipoGQgsO90uJEm2d146PHODN9LPUkKMjK6Zj-GymDc8NWbDLz7khjpTtKPPrP2DruWOy_WVP1Cx3nh6mkiNOx6iYZ1BROyr-IrOHUvVGKNPjvNKGtRzkZsgRKIwdt2stccNdiAKRz8gHM/s320/66339862_437671533497866_3534483073165283465_n.jpg" width="320" /></a></div>
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Esta é a primeira divisão que Freud faz da mente humana: Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente. Restava agora dizer por que ela está, assim, tripartida, e por que a maior parte dela é inconsciente.</div>
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Freud descobrirá que tudo o que aparece no consciente é, na verdade, determinado pelos conteúdos inconscientes. A suposta liberdade humana não era mais que uma ilusão: nós escolhemos dentre as opções que já nos são dadas previamente pelo inconsciente. O próprio repertório de possibilidades nos é predeterminado, e, além disso, as inclinações para uma opção ou outra, também. As nossas antipatias, nossos medos, e outros comportamentos estranhos, que não sabemos por que os temos, também seriam manifestações destes conteúdos inconscientes.</div>
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Cumpria, portanto, descobrir de que é formado o inconsciente e por que ele tende a permanecer inconsciente.</div>
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As descobertas dele foram as seguintes:</div>
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O Inconsciente é basicamente formado de duas coisas: a) libido ou desejo sexual; b) agressividade. Essas duas coisas serão chamadas de pulsões, e ditam duas inclinações naturais do ser humano: uma que nos faz desejar coisas e puxá-las a nós; outra que nos faz repelir coisas e tender a destruí-las. As duas formam o "Princípio do prazer", pelo qual buscamos sensações agradáveis e evitamos desconfortos.</div>
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A libido será chamada de "Pulsão de vida", pois ela visa, a partir do gozo, produzir um ganho qualitativo da vida do sujeito. A agressividade será chamada de "Pulsão de morte", pois visa matar o objeto que nos causa qualquer desconforto, contrariando o impulso natural do gozo.</div>
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A Pulsão de Vida recebe o nome de "Eros", o deus grego do amor. É daí que vem o termo "erótico", relacionado ao sexo. A Pulsão de Morte recebe o nome de "Thânatos", o deus grego da morte.</div>
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEACTYGjq2g77SKVmHQuyEcI7Uy9wA-QRNTPc0LOBdrnv4CnoeP_HFu2Hbr1Lh8xpgJZ47IkpGbopvzbywS227xz8-bqpY8mDp7PoPExbt0rrQIltz3Hxk62IV8NU71y_C8dua16pdZ2k/s1600/Eros+e+Thanatos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="325" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEACTYGjq2g77SKVmHQuyEcI7Uy9wA-QRNTPc0LOBdrnv4CnoeP_HFu2Hbr1Lh8xpgJZ47IkpGbopvzbywS227xz8-bqpY8mDp7PoPExbt0rrQIltz3Hxk62IV8NU71y_C8dua16pdZ2k/s200/Eros+e+Thanatos.jpg" width="154" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eros e Thânatos</td></tr>
</tbody></table>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Eros e Thânatos são os conteúdos do inconsciente. Mas por qual motivo eles são inconscientes se todos nós notamos facilmente que temos desejo e raiva? O desejo e a raiva que percebemos em nós não são senão versões muito pálidas das suas fontes inconscientes. A libido e a agressividade originais confrontariam em absoluto qualquer valor moral que cultivamos. Perceberíamos que nós somos, no fundo, tarados e psicopatas, profundos egoístas preocupados somente com a própria satisfação. Essas descobertas subjetivas seriam profundamente desconfortáveis a nós, pois temos o intento de viver de um modo moralmente aceitável. Por este motivo, há na própria mente uma defesa que não permite que aquilo que nos faria sofrer intensamente venha à superfície da psique e torne-se consciente. Este mecanismo de defesa é chamado de "recalque".</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O recalque é uma espécie de polícia interna que não permite que desejos inconvenientes surjam na consciência. A natureza do recalque é moral. Mas, ainda que não percebamos estes desejos em nós, isto não quer dizer que eles não existam. Apenas não conseguem vir à superfície.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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</div>
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Mas nos enganamos, também, se julgamos que eles ficam quietos. Por se tratarem de impulsos, de desejos, eles são constituídos por uma espécie de energia que visa a própria satisfação. São princípios de movimento. Ficam, assim, forçando a psique para que sejam aceitos. Como não são, eles se disfarçam e assumem formas diferentes de modo a serem aceitos na Consciência.</div>
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<br /></div>
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Entre os disfarces do inconsciente, os mais comuns são:</div>
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<br /></div>
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Os lapsos, atos falhos, tiques, fobias, neuroses, sonhos, e a linguagem em geral.</div>
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<br /></div>
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Algumas dessas manifestações são aceitáveis e não causam grandes problemas. Porém, às vezes as manifestações do inconscientes assumem formas problemáticas, como os sintomas neuróticos e histéricos. Nestes casos, é conveniente que, com a ajuda da Psicanálise, o problema seja resolvido. O caminho para isto é a descoberta do conteúdo original que está provocando aquele sintoma em questão.</div>
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<br /></div>
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A Psicanálise buscará, a partir da sua metodologia, vencer as resistências do recalque. Este, por sua vez, usará todos os artifícios de que dispõe para não entregar o conteúdo original que está produzindo aquele problema. Uma vez, porém, que o analista seja habilidoso, será possível ultrapassar a defesa e, então, o conteúdo original aparece na consciência. Isto gerará, obviamente, uma profunda angústia e descarga de ansiedade. Este efeito é conhecido como "catarse". Isto, porém, será libertador, pois a energia antes represada poderá, enfim, vir à tona e ser liberada. Com isto, o sintoma anterior desaparece.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Freud fará, em seguida, uma segunda divisão da Psique: ela será composta de três instâncias, novamente, mas agora elas receberão o nome de Id, Ego e Superego.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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O Id será a parte desejante da psique, o correspondente à libido, e a forma original deste componente será o desejo sexual.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Superego será a parte moral ou repressiva. Ela consiste na autoridade paterna internalizada. Quando crianças, o pai é visto como o limite, aquele que nos ameaça se fizermos algo errado. Conforme crescemos, esta força de coação é introjetada, e, então, já não precisamos de uma ameaça externa para evitar fazer coisas erradas. E quando as fazemos, o Superego nos pune nos deixando com a famosa "consciência pesada". O Superego, assim, assume o lugar da agressividade que, então, é descarregada contra o próprio sujeito que ousou contrariar os limites da moral.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Ego é o eu, a parte da psique que decide como vai se relacionar com o mundo a partir dos impulsos contraditórios do Id e do Superego. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIfqMrjWZ5dJTHKwMY03b2okiHGRm_1XNh6WWP_PKNZkKs5tAcggTMpeTk8dLIOQlDFvGer5vO4g-5DL1EqS3yvJMnS9Po0hepZPs3wwVX2Bmy58C1efitlTQTfEGNab_l7quZN913-hs/s1600/id+ego+e+superego+ii.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="363" data-original-width="400" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIfqMrjWZ5dJTHKwMY03b2okiHGRm_1XNh6WWP_PKNZkKs5tAcggTMpeTk8dLIOQlDFvGer5vO4g-5DL1EqS3yvJMnS9Po0hepZPs3wwVX2Bmy58C1efitlTQTfEGNab_l7quZN913-hs/s320/id+ego+e+superego+ii.jpg" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
Uma forma fácil de ilustrar esta tensão é pensarmos naquelas figuras famosas dos desenhos animados: o anjinho bom e o anjinho mau, cada um de um lado, aconselhando a pessoa a fazer algo errado ou a não fazê-lo. O anjinho bom seria o Superego, preocupado com a manutenção da ordem. O anjinho mau seria o Id, preocupado com o prazer da pessoa. No geral, o Ego dá um jeito de satisfazer em parte cada um deles: o rapaz, ao ver passar uma moça bonita, receberá as sugestões do Id: "Vai, pega, usa, toma para você!". O Superego, por sua vez, intervirá: "Não. É errado, e você tem namorada, e ela provavelmente também. Fique quieto!". O ego, prensado entre as duas energias, não atacará a jovenzinha, satisfazendo o Superego. Mas não se esquivará de olhá-la e de desejá-la secretamente, oferecendo algo de si aos reclames do Id.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-14876797661623275162017-02-16T13:11:00.002-08:002017-02-16T18:28:00.330-08:00Nietzsche, a Vontade de Potência e a Crítica à Verdade e à Moral<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv2cVUqtx-Oc_3qTQpQ_6N_K8poi60Ag0jhFiEklkD1ZsiyBakP_l5PyvdC3pNQjjIQnIoXuPo4C_lOWH8uCtpW4482yo8y0Bz9I9iS_HdDGnX34M4yMTuE_lVVC2Av_Lf8tUNFGAcwjM/s1600/1-Nietzsche-Friedrich-Portrait-1860.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv2cVUqtx-Oc_3qTQpQ_6N_K8poi60Ag0jhFiEklkD1ZsiyBakP_l5PyvdC3pNQjjIQnIoXuPo4C_lOWH8uCtpW4482yo8y0Bz9I9iS_HdDGnX34M4yMTuE_lVVC2Av_Lf8tUNFGAcwjM/s320/1-Nietzsche-Friedrich-Portrait-1860.gif" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nietzsche foi um filósofo alemão, do Século XIX, conhecido por suas críticas à religião, à moral e à própria filosofia entendida como busca da verdade. Segundo ele, o que define não somente a vida humana, mas toda a realidade, é o que ele chama de "Vontade de Potência" ou "Vontade de Poder". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa característica essencial que anima todos os seres no mundo consiste num impulso à satisfação de si mesmo e no domínio sobre as outras coisas. A história do mundo é a história dos conflitos. Animais caçam uns aos outros, machos de uma mesma espécie brigam pelo posto de líder do grupo ou de parceiro sexual das fêmeas. As próprias plantas disputam entre si os raios solares, enquanto que outras se enrolam nas árvores sugando a sua seiva vital. Todos estão em guerra, e vence aquele que for mais forte. A própria história da evolução é a história da sobrevivência dos mais fortes e do sacrifício dos mais fracos. A seleção natural de Darwin mantém vivos os seres adaptados e extermina os inadequados às novas necessidades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ser humano, sendo um animal entre outros, não poderia, assim, exigir de si mesmo nenhuma diferença essencial. Ele também quer se impor sobre os outros. Ele quer dominar o seu meio e garantir a satisfação dos seus impulsos. Naturalmente, se estes impulsos encontram algum obstáculo, a intenção inicial da Vontade de Potência é destruir o impedimento, ultrapassando a dificuldade e encontrando um caminho para o objetivo inicial: a própria satisfação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, um empregado tem o impulso de adquirir uma condição melhor de vida e poder expandir-se sem impedimentos. Contudo, ele não pode fazê-lo desde o começo, tendo de submeter-se ao seu patrão. Esta submissão não o deixa satisfeito, pois é outro quem exerce a Vontade de Potência diretamente. Os homens não gostam de renunciar às próprias vontades. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando a Vontade de Potência não pode expressar-se diretamente, ela não cessa de existir, mas assume um modo disfarçado de exercer-se. Assim, a obediência do empregado é, na verdade, uma estratégia para que ele consiga progredir e futuramente possa exercer a Vontade de Potência diretamente. Ele sabe que se não se submeter, será reduzido a uma condição ainda mais pobre, o que significará uma ainda menor possibilidade de satisfação de sua Vontade de Potência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nietzsche é conhecido como um dos mestres da suspeita, pois reconhece que é muito comum que por trás das alegadas boas intenções humanas se escondam as verdadeiras razões das nossas ações, que são, sempre, expressões, diretas ou disfarçadas, da Vontade de Potência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dois disfarces ganharam destaque na história: a Verdade e a Moral. Nietzsche faz uma dura crítica a ambas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nietzsche dirá que a Verdade é uma mentira na qual o Homem acredita. O seu objetivo é tornar o mundo mais suportável. O homem assim pretende conhecer o que as coisas são e como elas se comportam. Desse modo, ele nutre a ilusão de dominar e sentir-se seguro. A verdade, como se vê, serve à vontade de dominação. Ela pretende dominar não somente a realidade material, mas também os outros homens. Dizer que algo é verdade significa dizer que o seu contrário é mentira, isto é, que não deve ser aderido por ninguém. Há na verdade uma vontade de proibir a liberdade do outro. Proclamar a verdade é o mesmo que estabelecer um domínio e ordenar que todos abracem o que eu digo. A verdade, assim, não é um caminho de libertação, mas de aprisionamento já que pretende limitar as ações e os pensamentos humanos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto à moral, ela consiste no nosso sistema de valores que divide as ações humanas em boas e más. Desde crianças aprendemos que devemos sempre agir de um modo correto, e que isto se faz justamente restringindo os nossos desejos. As ações morais geralmente se identificam com ações de auto-sacrifício, isto é, ações nas quais a pessoa deve negar a própria vontade e agir sem pensar em si mesma. O grande símbolo da moral ocidental é a Cruz, que representa a total negação que o homem deve fazer de si mesmo. Nietzsche dirá que este é o símbolo da negação da vida, pois viver é expandir-se, é liberar a vontade de poder. A moral, assim, ao invés de ser uma coisa boa, é uma coisa ruim, pois visa negar o que é mais verdadeiro no mundo: a Vontade de Potência. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nietzsche chamará a moral cristã de moral de rebanho, e pretenderá dizer como ela teve início: como os homens querem dominar uns aos outros, é claro que os que conseguem uma total dominação, os heróis, os vitoriosos, são sempre uma minoria. A maioria, portanto, é composta dos fracos. Estes fracos, não podendo manifestar sua Vontade de Potência diretamente, inventam a moral justamente para se afirmarem superiores aos fortes num outro sentido: o dos valores. Foi assim que o homem forte, o transgressor, o vitorioso, etc., tornou-se o homem mau, enquanto que o homem passivo, submisso, temperante, etc., será o homem bom. O homem moral mente para si mesmo e para os outros. Já o homem violento é honesto, pois expressa, sem esconder, o que realmente o anima.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma expressão muito clara da vontade de dominação por trás da moral se encontra no desejo do Céu. Para Nietzsche, o Céu é uma invenção humana própria dos ressentidos e fracos, aqueles que, não podendo vencer neste mundo, criam um outro mundo onde poderão se vingar: gozarão da felicidade enquanto que os que foram fortes aqui sofrerão eternamente. O Céu, assim, a despeito de toda aparência de beatitude, é um modo de vingança, segundo Nietzsche.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-32482427727975061992015-10-15T07:48:00.002-07:002015-10-15T08:23:06.433-07:00Aos meus alunos...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf_CPsLrzLR5fY6OkLV1B9_7IGUWmGxOH3vQDBOYvuKApt6SzctmxrBv0qtLjKgrFLuiy-zQQmtveoeUrwNPS7hb2DZ0GKWQ75sjyDAH8iie7HV4Jl54iQSNcWURryNjB-uvesPgMgeuY/s1600/professor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf_CPsLrzLR5fY6OkLV1B9_7IGUWmGxOH3vQDBOYvuKApt6SzctmxrBv0qtLjKgrFLuiy-zQQmtveoeUrwNPS7hb2DZ0GKWQ75sjyDAH8iie7HV4Jl54iQSNcWURryNjB-uvesPgMgeuY/s400/professor.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora, aos meus alunos e aos demais, em geral. Hoje é o meu dia: dêem-me o presente de me ouvirem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meninos, eu sei que é difícil colaborar quando ninguém colabora. Eu sei que é complicado pensar em matemática quando nem os hormônios nem os glúteos avolumados à volta permitem um mínimo de concentração em assuntos abstratos. Eu sei que a egrégora eqüina da sala de aula limita as possibilidades da sanidade mental durante o turno. Eu sei que as dificuldades que vocês trazem de casa, das outras séries, do trabalho, da vida, às vezes não permitem que vocês dêem o máximo. Eu sei que essa sociedade hedonista vos contaminou de tal modo que é difícil fazer o mínimo ato de esforço e usar a bunda para, ao invés de fazer os movimentos espasmódicos de certas danças do acasalamento, sentar numa cadeira por meia hora e se dedicar à leitura de um livro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todas estas coisas são difíceis, a gente entende. Mas nada disso vos isenta da responsabilidade sobre vocês mesmos. Ninguém que queira ser alguma coisa pode se vitimizar e se limitar ao seu entorno. Vocês em geral têm saúde e são boas pessoas. Não se deixem corromper. Brinquem, se divirtam, namorem, mas façam tudo com limites e não deixem que o coração de vocês se perca. Entendam que isso de drogas é coisa pra mané. Vocês são muito mais que isso, velhos. Se tudo tá difícil, tenham um pouco mais de paciência. Vocês puxam ferro na academia, e sabem que, embora esteja pesado, a sequência termina daqui a pouco. Tenham esse tipo de esperança na vida. Daqui a pouco melhora. Deus existe. Ponham a fé de vocês em prática.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto aos professores, caras... Em muitos casos, são as últimas pessoas que ainda confiam em vocês. Vocês podem achar engraçado ridicularizar um professor em público e provocar o riso da turma, mas se este professor não os tira da sala naquele mesmo momento é porque ele se recusa a reduzir você a esse idiota que você quer parecer. Ele sabe que você é mais que isso. Ele é uma pessoa que acredita mais em você do que você mesmo. Tenham consciência e entendam que aquele cara lá na frente - que às vezes é estranho e fala umas chatices - é, no sentido mais profundo, um amigo, e que ele nunca vai revidar com toda força.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aprendam a valorizar o que o professor te ensina. Às vezes, aquele simples argumento que ele tá te dando de sopa - e que você às vezes despreza - é fruto de dois, três, quatro anos de estudo. E ele te dá aquilo, mastigadinho, de bandeja, por pura bondade. Ele podia te enrolar - vocês não sabem o quanto são fáceis de serem enrolados. - mas ele te leva a sério. Leve a sério também, poha! Aquele cara lá te ama..</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/2U-nM8Tp78Q" width="500"></iframe></div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-49099193946084453162015-01-13T12:18:00.001-08:002015-01-13T12:18:54.223-08:00Re-recuperação de Filosofia - 3ºs anos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdDpmjfZ6_izxogLPUSsGeCyuTYLF04Kg09v0aN16oOQrJfTAzHUISIJ9XdgRkd2bBBT-taRysdhasISUW5nVRTiHA1a8VM8StpBjNSgPpdI6ajLWroxlxK0JMUYithmAzYsVqQSff5Ug/s1600/Rene-Descartes-Razao-Cartesiana-BRASIL-ESCOLA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdDpmjfZ6_izxogLPUSsGeCyuTYLF04Kg09v0aN16oOQrJfTAzHUISIJ9XdgRkd2bBBT-taRysdhasISUW5nVRTiHA1a8VM8StpBjNSgPpdI6ajLWroxlxK0JMUYithmAzYsVqQSff5Ug/s1600/Rene-Descartes-Razao-Cartesiana-BRASIL-ESCOLA.jpg" height="247" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assuntos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
René Descartes: os três tipos de idéias, o cogito e a existência da alma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>OS TRÊS TIPOS DE IDÉIAS:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias que possuímos se dividem em três tipos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1ª - Nascem conosco - São chamadas de <b><u>Inatas</u></b>. Alguns exemplos são as idéias matemáticas, e as idéias de infinito e perfeição;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2ª - Vêm de fora por meio dos sentidos - São chamadas de <b><u>Adventícias</u></b>. Alguns exemplos são as idéias de vermelho (que vem pela visão), de som baixo (que vem pela audição), de frieza (que vem pelo tato), de fedor (que vem pelo olfato) e de doce (que vem pelo paladar);</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3ª - Vêm da junção ou composição entre idéias outras idéias - São chamadas de <b><u>Factícias</u></b>. Alguns exemplos são as idéias de sereia (junção entre as idéias de mulher e peixe), de super homem (junção entre as idéias de homem, pássaro, poder), de lobisomem (junção entre as idéias de homem e lobo), de vampiro (junção entre as idéias de homem e morcego), de montanha de ouro (junção entre as idéias de montanha e ouro), etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias, portanto, só podem ter três fontes: nascem conosco (inatas), vêm de fora pelos sentidos (adventícias), vê de uma composição entre idéias anteriores (factícias).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O COGITO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Descartes passou a investigar os modos de conhecimento humano <u>para ver se havia algum tipo de conhecimento do qual não fosse possível duvidar</u>. Ele só pretende alcançar pelo menos uma verdade absoluta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele então percebeu que existem dois modos de conhecimento: o pelos sentidos (idéias adventícias) e os que nascem com a pessoa (idéias inatas) </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quantos e quais são os sentidos? São 5: visão, audição, olfato, tato e paladar. As informações que nos chegam pelos sentidos são absolutamente confiáveis? Descartes dirá que não. Vejamos por quê:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Visão</b> - os olhos podem nos enganar? Sim. Todos nós já vivemos situações em que os olhos nos enganam. Uma piscina parece mais rasa do que é. O sol parece menor do que é. Às vezes vemos uma pessoa e pensamos que é outra.. etc. Logo, se os olhos podem nos enganar uma vez, já não são inteiramente confiáveis;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Audição</b> - o ouvido pode nos enganar? Sim. Também já escutamos vozes que julgávamos de conhecidos nossos e, na verdade, não eram. Ou ouvimos o nosso nome ressoar e, quando vamos olhar, não é ninguém. Diante de uma música, duas pessoas têm impressões diferentes; uma diz que o cantor desafinou, outra diz que não, etc. Logo, se o ouvido pode nos enganar uma vez, já não é inteiramente confiável;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Tato</b> - O sentir da pele pode nos enganar? Sim. Duas pessoas discordam sobre a quentura de um ambiente, sobre a dor de uma injeção, sobre a intensidade de um choque, etc. Logo, se o tato nos engana, já não é inteiramente confiável;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Olfato</b> - o nariz nos engana? Sim. Há cheiros que nós não sabemos bem se é de uma coisa ou de outra. Há perfumes que são apreciados por uma pessoa e depreciados por outra, etc. Logo, se o nariz nos engana, já não é inteiramente confiável;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Paladar </b>- a língua nos engana? Sim. Existem sucos que nós não sabemos distinguir direito de que é. Ficamos em dúvida: "é cajá ou maracujá?". Discordamos, também, quando vamos tomar um café e um diz que está muito doce, enquanto outro diz que não está. Logo, se a língua nos engana, já não é inteiramente confiável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ora, se os 5 sentidos nos fornecem informações divergentes, então não se pode confiar neles com certeza absoluta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, há a possibilidade de que estejamos sonhando. Como garantir que não estamos dormindo agora, e sonhando com tudo isso? Em geral, só percebemos que é sonho depois que acordamos, com algumas poucas exceções, é claro. Portanto, no sonho temos variadas idéias adventícias, isto é, que vêm pelos sentidos e, no entanto, nenhum daqueles seres que vemos, ouvimos ou tocamos é real.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias adventícias, portanto, não são confiáveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0LO3UEd34hjHv6vU0TricF2nQNVNRl85Y52WK0HYK3eCNNsF3_0V_-21iFQ32zlxH6dTZNtBfx_zjwn23wIvfXvvuNMQJk6L6X4dKD28vnyO0CYOHa6GMIPfYFeBQDdQW0LrGt8vbWtI/s1600/Descartes+e+Marx+2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0LO3UEd34hjHv6vU0TricF2nQNVNRl85Y52WK0HYK3eCNNsF3_0V_-21iFQ32zlxH6dTZNtBfx_zjwn23wIvfXvvuNMQJk6L6X4dKD28vnyO0CYOHa6GMIPfYFeBQDdQW0LrGt8vbWtI/s1600/Descartes+e+Marx+2.png" height="363" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Resta-nos analisar as idéias inatas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para Descartes, esta é principalmente a matemática. Na verdade, não é preciso nenhum sentido em particular para se saber matemática: tanto um cego, quanto um surdo, etc., saberão que dois mais dois são quatro. Isto é uma coisa que nós sabemos através da <u>pura razão</u>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É possível duvidar da matemática? Descartes primeiramente reconhecerá que este tipo de conhecimento é mais seguro que o anterior, porque mesmo que a percepção dos sentidos se altere, o conhecimento matemático permanece o mesmo. Mesmo se a pessoa estiver sonhando, a matemática continua sendo válida. Se sonharmos, por exemplo, com três pokemons, só podemos contá-los porque o conhecimento matemático continua valendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A única possibilidade de a matemática nos enganar é se houver algum tipo de ser ruim que tenha acesso aos nossos pensamentos e possa manipular-nos. A este ser, Descartes chama de "<u><b>Gênio maligno</b></u>". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Descartes não está dizendo que este ser exista, mas que, se ele existisse, a matemática não valeria, pois este gênio poderia enganar a nossa mente e fazê-la pensar que dois mais dois são quatro quando, na verdade, seriam cinco. Como não é impossível que tal ser exista, também não é impossível que a matemática seja falha. Lembremos que a intenção de Descartes é encontrar um conhecimento que seja cem por cento confiável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Chega ele assim a duvidar dos dois modos de conhecimento: o pelos sentidos e o pela pura razão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, Descartes se dá conta de um terceiro modo de conhecimento e que lhe dará a certeza que ele tanto procura. Ele dirá: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Eu estou duvidando de tudo;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Mas, se eu duvido é porque eu estou pensando;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Se eu estou pensamento é porque eu existo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Daí a fórmula: "<b><i>Cogito, ergo Sum</i></b>", que significa "<i><b>Penso, logo Existo</b></i>".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este tipo de conhecimento é tão perfeito que nenhum gênio maligno poderia enganá-lo. Só é possível enganar alguém que pensa. Ora, se este alguém está pensando, então é certo que ele existe. Também não é possível duvidar disso, pois, se eu duvidar que existo, enquanto duvido eu penso, e enquanto penso eu existo. Se eu duvidar que existo, então eu existo. É importante perceber isso aqui com clareza.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>PROVA DA EXISTÊNCIA DA ALMA</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
No seu exercício de duvidar de tudo, Descartes chega também a duvidar que tem um corpo. Na verdade, como nós sabemos que temos um corpo? Ora, sabemos disso porque nós vemos o nosso corpo (visão) e porque o sentimos (tato) e às vezes o escutamos (audição).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Visão, tato e audição são sentidos. Acabamos de ver mais acima que não podemos confiar nos sentidos, pois eles podem estar nos enganando. Disso se conclui que não podemos ter certeza de que temos corpo. Logo, também não podemos ter certeza de que temos cérebro, pois o cérebro é uma parte do corpo. Se duvidamos do corpo, duvidamos do cérebro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, Descartes perceberá que, embora eu possa duvidar que tenha cérebro, eu não posso duvidar de que penso, pois, se eu duvidar já estarei pensando. A própria dúvida é um pensamento. Desse modo, não é possível duvidar do pensamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ora, se eu posso duvidar que tenho cérebro e não posso duvidar de que tenho pensamento, a conclusão é:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Cérebro e Pensamento são coisas diferentes</b>. O pensamento, portanto, não é corpo, não é físico. Se não é físico, não participa da mortalidade do corpo. Assim, mesmo quando a pessoa morre, a alma não precisa morrer, pois ela não é física. Fica assim provada a existência da alma.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-26715777681531581162015-01-05T06:56:00.001-08:002015-01-05T06:56:03.389-08:00Recuperação 2ºs anos: Ética em Aristóteles<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHR0DNSrvNcm9W2t1m0GbtTGgGZJm_z6f7bzLmANakf6Xn9mjjbAkOwm3BgnA15TvX3ee7yAJQqqE-iTipwt8w8xnVBABtnhZRWezTPNvS0nZsstWqkejphMkaCcJ1xTc6lG1AMiD2vBI/s1600/Arist%C3%B3teles+%C3%89tica.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHR0DNSrvNcm9W2t1m0GbtTGgGZJm_z6f7bzLmANakf6Xn9mjjbAkOwm3BgnA15TvX3ee7yAJQqqE-iTipwt8w8xnVBABtnhZRWezTPNvS0nZsstWqkejphMkaCcJ1xTc6lG1AMiD2vBI/s1600/Arist%C3%B3teles+%C3%89tica.jpg" height="320" width="298" /></a></div>
<br />
<i>A prova consistirá em 5 questões;</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Cada questão vale 20,0;</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>A prova inteira vale 100,0.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Será sem consulta. Não filem.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
---------------------------------------------------------------</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ética vem do grego <i>Ethos</i> e diz respeito ao modo de agir das pessoas. Quando uma pessoa age corretamente, dizemos que agiu de modo ético. Quando, ao contrário, ela comete um erro, dizemos que foi anti-ética.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ser humano pode agir de infinitos modos: andar, comer, pensar, piscar os olhos, dormir, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cada ação tem um objetivo imediato: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem anda quer ir a algum lugar;</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem come quer se saciar;</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem pensa quer entender;</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem pisca os olhos quer evitar que fiquem ressecados;</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem dorme quer descansar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além do objetivo imediato, podem existir outros objetivos secundários:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem anda talvez queira fazer exercício físico ou ver uma pessoa no caminho, mesmo que ele não pretenda parar lá;</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem come talvez quer ganhar peso para ficar mais atraente;</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem pensa quer entender, mas talvez queira mesmo impressionar outra pessoa;</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem pisca os olhos quer evitar que fiquem ressecados, mas talvez quer dar sinal a alguém;</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem dorme quer descansar, mas também pode querer esquecer alguma coisa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os objetivos podem ser vários, mas há um objetivo último que é o objetivo de toda e qualquer ação. É a Felicidade ou <i>Eudaimonia<u>.</u></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo quanto fazemos visa, por último, a felicidade. Vejamos alguns exemplos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Por que estudar? Para aprender. Para que aprender? Para estar preparado para algum trabalho. Para que trabalhar? Para ganhar dinheiro. Para que ganhar dinheiro? Para poder formar uma família. Para que formar uma família? Para ser feliz.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Por que ir à igreja? Para falar com Deus. Para que falar com Deus? Para que Ele me ajude. Para que eu quero que Ele me ajude? Para que eu resolva meus problemas. Para que eu quero resolver meus problemas? Para ser feliz.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Por que roubar? Para ter aquele pertence. Para que ter aquele pertence? Para poder ostentá-lo, mostrar aos outros que eu posso ter um também. Para que eu tenho de mostrar isso? Para que eles me valorizem. Para que eu quero que me valorizem? Para eu me sentir bem. Para que me sentir bem? Para ser feliz.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Para que mudar de posição na cadeira? Para não ficar com a perna dormente. Por que não ficar com a perna dormente? Porque é desconfortável. Por que eu não quero ficar desconfortável? Porque quero me sentir bem. Para que quero me sentir bem? Para ser feliz.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como vimos, qualquer ação - qualquer mesmo - tem como objetivo último a felicidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, não é toda ação que leva à felicidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quais são, então, as ações que levam à felicidade? Segundo Aristóteles, somente as ações corretas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Temos então de saber diferenciar o correto do incorreto, o certo do errado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Correto é o que está conforme à sua natureza. Por exemplo: um chapéu será usado corretamente quando estiver posto na cabeça, e não na barriga. Uma cadeira será usada corretamente quando servir pra sentar, e não para bater em alguém. Um livro será usado corretamente quando for lido, e não quando for comido ou quando servir de apoio para a estante, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De que modo o ser humano pode agir corretamente? Se agir corretamente é agir segundo a natureza, é preciso saber qual é a natureza humana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ser humano é um animal racional.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por ser animal, ele tem de se mover, tem de se alimentar, tem de dormir, tem de se relacionar, tem de fazer cocô, etc. Se ele não fizer alguma dessas coisas, ele não pode ser feliz.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por ser racional, o ser humano precisa pensar, entender, refletir, medir, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entre animal e racional, aquilo que é mais específico no ser humano é a razão. É o que o separa de todos os outros animais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O homem age corretamente quando age conforme a razão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Razão significa proporção. Proporção significa medida correta. Usar a razão significa saber agir dentro das justas medidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Qualquer coisa que não tenha proporção fica desordenada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Imaginem uma pessoa com as pernas de 5 centímetros e a cabeça de 5 metros. Será uma pessoa desordenada, pois não há as medidas corretas entre as partes do corpo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Imaginem um teclado de computador com teclas tão pequenas quanto pontas de agulha. Seria desordenado porque não há proporção entre as teclas e os dedos humanos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para que algo seja ordenado ou correto precisa ter proporção, justa medida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em toda ação humana há a possibilidade de haver justa medida ou de haver extremos. Para cada justa medida, há dois extremos: a falta e o excesso (exagero). Vejamos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrdw44omvI-ENwsDTmq0o4a47knRbmQmu6CSL5wEDQhSkD3MNeO3Iq5ru3eFhLbG6fS5It0blOYXBCHH6843a36M4mX39x8r3v7JFq4PIDXSFqnxcEwTVxsJlNISvSOUnbcd0o93A-ZhQ/s1600/%C3%89tica...png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrdw44omvI-ENwsDTmq0o4a47knRbmQmu6CSL5wEDQhSkD3MNeO3Iq5ru3eFhLbG6fS5It0blOYXBCHH6843a36M4mX39x8r3v7JFq4PIDXSFqnxcEwTVxsJlNISvSOUnbcd0o93A-ZhQ/s1600/%C3%89tica...png" height="120" width="500" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conforme vemos nos exemplos acima, para cada boa ação, há duas possibilidades de erros: a falta e o excesso. A anorexia é a falta de alimentação, e a gula é o excesso de alimentação. A preguiça é a falta de atividade. O ativismo é o excesso de atividade. O medo é a falta de coragem. A temeridade é o excesso de coragem.<br />
<br />
A falta e o excesso são ações incorretas. Só a justa medida é que é correta.<br />
<br />
Somente uma ação correta não é ainda suficiente para levar alguém à felicidade.<br />
<br />
A felicidade também não pode ser confundida com o prazer.<br />
É possível ter prazer numa ação e ficar infeliz com ela. Um rapaz que trai a sua namorada, teve prazer durante o ato, mas não ficou feliz com isso.<br />
<br />
Para ser feliz, é preciso adquirir um hábito ou costume de agir corretamente. Quando agimos sempre de um mesmo modo, nos habituamos a continuar agindo daquele modo. Desenvolvemos uma tendência.<br />
<br />
Quando o hábito é de ações ruins ele se chama vício.<br />
Quando o hábito é de ações boas ele se chama virtude.<br />
<br />
O caminho para a felicidade (<i>eudaimonia</i>) é uma vida inteira dedicada à virtude, isto é, aos hábitos de ações corretas.<br />
<br />
Uma vida dedicada ao vício, embora possa dar prazer, tem como fim a tristeza, a depressão, na medida em que tais hábitos afastam da felicidade.<br />
<br />
A felicidade, portanto, só pode ser alcançada na velhice, pois exige toda uma vida já habituada à virtude.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-76996517393540659292014-09-11T07:31:00.002-07:002014-09-11T07:32:09.328-07:00Por que a dificuldade de permanecer sós?<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="350" src="//www.youtube.com/embed/rbp4-JIDGDc" width="480"></iframe><br />
<br />
<i><b><span style="font-size: large;">"A infelicidade do homem começa quando ele é incapaz de estar consigo mesmo num quarto." Blaise Pascal</span></b></i>Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-57136177599003452014-09-09T07:04:00.003-07:002014-09-09T07:04:43.692-07:00A se pensar...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9CrQy6VOreC1CpYMuEXA9LzmlNksDVYcfLccLE4Vp-Rc90SVDfCkDrdutVHFq-0wjj-z0zrks0wEtoNqAmpejoS4JKbl3fqsAhHIZlaFpQaqT0DrG634-tsVfLuwAdPh7Mr5mprWCrbg/s1600/10629654_735962316440263_3772981630331271657_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9CrQy6VOreC1CpYMuEXA9LzmlNksDVYcfLccLE4Vp-Rc90SVDfCkDrdutVHFq-0wjj-z0zrks0wEtoNqAmpejoS4JKbl3fqsAhHIZlaFpQaqT0DrG634-tsVfLuwAdPh7Mr5mprWCrbg/s1600/10629654_735962316440263_3772981630331271657_n.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<br />Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-43752918692205607752014-09-08T09:48:00.001-07:002014-09-08T09:48:21.549-07:00Complemento do primeiro instrumento avaliativo do 2º semestre - Vale 5,0 pontos.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmJLTmYC1WmN13V6ZHrkrQHVYgujQ0s9vKRmEGhth7Og-NMfw8_o70XQvOE_a8T2_kpkNK74vnygh0XYvyl3VnsLOXdghxq3YH5TxKO9j63TuuuwphyphenhyphenWXtaoeU2JohtwXuzUQkHiqPygA/s1600/Filosofia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmJLTmYC1WmN13V6ZHrkrQHVYgujQ0s9vKRmEGhth7Og-NMfw8_o70XQvOE_a8T2_kpkNK74vnygh0XYvyl3VnsLOXdghxq3YH5TxKO9j63TuuuwphyphenhyphenWXtaoeU2JohtwXuzUQkHiqPygA/s1600/Filosofia.jpg" height="283" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>1ºs anos:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Escreva um texto de dez linhas. Nas cinco primeiras linhas, tente provar que tudo muda. Nas cinco últimas, tente provar que nada muda.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2ºs anos:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Explique o que é <b>Justiça Distributiva</b> e a contrarie com a noção de justiça comum nos dias de hoje. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>3ºs anos:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quais são os pontos em que Hume e Locke se assemelham? Explique. </div>
<div style="text-align: justify;">
Explique também o que é Indução e por que Hume a critica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
-----</div>
<div style="text-align: justify;">
Obsm: Não economizem na escrita. Quanto mais escreverem, melhor vão se expressar, e maior é a possibilidade de uma pontuação mais alta. Não plagiem. Eu quero que vocês escrevam com as próprias idéias de vocês. Lembrem da fórmula: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Trabalho plagiado = Zero.</b></div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-20470473471911376452014-08-30T10:00:00.002-07:002014-08-30T10:05:48.243-07:00O Empirismo de David Hume<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg22qYTPZUMD-jQDB8LTpgK4Nkxe9VFpbRZNVOfXXm3ZmFiqMO-5aI4Z35ufq_3CRjvfP1NiV7b19zr41ISYbf8Om-wGVAxyTqh48R54gIkDTfhYvM3l08GfsJFt7hIn7Kb5IiasW2thrA/s1600/17_s.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg22qYTPZUMD-jQDB8LTpgK4Nkxe9VFpbRZNVOfXXm3ZmFiqMO-5aI4Z35ufq_3CRjvfP1NiV7b19zr41ISYbf8Om-wGVAxyTqh48R54gIkDTfhYvM3l08GfsJFt7hIn7Kb5IiasW2thrA/s1600/17_s.jpeg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
David Hume foi um filósofo escocês que radicalizou o empirismo. A princípio, suas idéias são semelhantes às de Locke:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O pensamento possui duas fontes:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- A Impressão - é o contato direto dos sentidos com os objetos externos. (O que Locke chamava de Sensação).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- As idéias - é a lembrança enfraquecida das impressões. De fato, há diferença entre a experiência direta de algo e a sua representação mental, isto é, a sua lembrança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por este motivo, dizemos que a Impressão é mais intensa, e as idéias, que derivam das impressões, são mais pálidas, isto é, menos intensas. A experiência dos sentidos, então, é a origem de todo o conhecimento humano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikTp22AYd_dTL-sfflfUkuScrhD7Nkx56kNs0S-oqQuqBX6wBsOhu9laPxaiAUZ7Fl7NpOV2XFg7Tvz_3KqLoEPSMYBXmL2GVuh-pG6bjzuZ5oTjkHE4wlUBCipxywFu7KAnhQ4SL4Bq4/s1600/david-hume-impresses-e-ideias-1-728.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikTp22AYd_dTL-sfflfUkuScrhD7Nkx56kNs0S-oqQuqBX6wBsOhu9laPxaiAUZ7Fl7NpOV2XFg7Tvz_3KqLoEPSMYBXmL2GVuh-pG6bjzuZ5oTjkHE4wlUBCipxywFu7KAnhQ4SL4Bq4/s1600/david-hume-impresses-e-ideias-1-728.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hume afirmava, também, que possuímos em nós o hábito de relacionar as idéias umas às outras através de três critérios: a semelhança, a proximidade espacial e a proximidade temporal. Por exemplo: se encontramos uma pessoa parecida com uma outra, não apenas vemos a pessoa, mas lembramos da outra; se vemos uma flor que costumava sempre estar nos cabelos de uma mulher, tendemos a associá-las. Daí, quando vimos a flor, lembraremos da mulher. O mesmo ocorre com perfumes. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, se um fato ocorre imediatamente depois de outro, também tendemos a associá-los, dizendo que os primeiros são causas dos segundos. Por exemplo: se alguém emborca a sandália e, em seguida, ocorre algo ruim com ele, dizemos que isto ocorreu porque ele deixou a sandália emborcada, etc. Para Hume, esta é a natureza da causalidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há aqui um problema.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao notar que as idéias referem-se sempre a experiências sensoriais (dos sentidos) e, em seguida, percebendo que estas experiências se dão sempre com seres particulares (individuais), como podemos ter em nós idéias gerais?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Demos um exemplo: se eu só vejo uma ou outra pessoa morrerem, como eu posso, porque vi três ou quatro pessoas assim, dizer que todas morrem? Outro exemplo: eu vejo vários animais e noto que, quando estão vivos, eles respiram. Mas eu sempre os vi como seres particulares. Eu nunca vi <i>todos</i> os animais. Portanto, não é possível saber sobre <i>todos</i> os animais. No entanto, eu digo que <i>todos</i> os animais vivos respiram. Na verdade, eu somente poderia me pronunciar sobre aqueles com os quais eu tive contato, e não sobre <i>todos</i>, uma vez que nós não conhecemos <i>todos</i> os animais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse mecanismo de partir de experiências particulares e, com base nelas, ir para afirmações gerais, chama-se <i>indução</i> e é a base de todo o conhecimento científico. Quando a ciência percebe que um fato ocorre sempre nas mesmas condições - por exemplo, a água ferve aos 100 ºC -, então ela chama isso de lei e diz que aquilo ocorrerá sempre. Mas, na verdade, tudo o que ela sabe é que esse fenômeno aconteceu somente nos casos observados. Não há, portanto, uma ligação necessária entre a causa e o efeito. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdGgnhyphenhyphenzh_XD_DmHW1pmI7YYeWWRMxu9aIBkwlU9resmwQszl7BPvQSHT2ZGM0-sy2T51Xth_P7kwXlJ8jYgzBmnq5tf1w0e9Pj5l7mW7bnfxb5HbAxL4weBww-xpe6stV7f0O_arOges/s1600/hume-e-o-problema-da-causalidade-1-728.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdGgnhyphenhyphenzh_XD_DmHW1pmI7YYeWWRMxu9aIBkwlU9resmwQszl7BPvQSHT2ZGM0-sy2T51Xth_P7kwXlJ8jYgzBmnq5tf1w0e9Pj5l7mW7bnfxb5HbAxL4weBww-xpe6stV7f0O_arOges/s1600/hume-e-o-problema-da-causalidade-1-728.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando vamos jogar sinuca, sabemos que, para derrubarmos uma bola, é preciso acertar outra (a branca) com um taco. Aqui há uma série de causalidades: o movimento do braço causa o movimento do taco, que causa o movimento da bola branca, que causa o movimento da bola que vai cair. Ora, supor que todas as vezes que acertarmos a bola branca, ela vai se mover é uma afirmação geral que, simplesmente, é impossível de se fazer. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkfBiv_4WCBkV5Rsze12PpjSUFkunZxKUhU-EN24fYmZMjXyl7zsK20Jh1pIUaPFpAkhlU1ZW2L5E9XQqIVB-oJckd1K8z-ZE8zbQH7Zyg5W0oaRYKnDFrOVeY9RwiGp8VzUGQttBOKPE/s1600/david_hume_billhar5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkfBiv_4WCBkV5Rsze12PpjSUFkunZxKUhU-EN24fYmZMjXyl7zsK20Jh1pIUaPFpAkhlU1ZW2L5E9XQqIVB-oJckd1K8z-ZE8zbQH7Zyg5W0oaRYKnDFrOVeY9RwiGp8VzUGQttBOKPE/s1600/david_hume_billhar5.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lembremos que todo o nosso conhecimento vem da experiência, e nós ainda não temos experiência das tacadas futuras. A rigor, o que vemos nas vezes que jogamos é que há fenômenos separados: o taco se move, a bola branca se move, a outra bola se move. No entanto, a relação entre esses fenômenos não é apreendida pela mente; ela é criada, é afirmada, por um mecanismo de associação. Como o movimento do taco vem antes do movimento das bolas, geramos em nós a idéia de que uma coisa causa a outra, mas essa idéia da causalidade não vem da impressão; ela é criada por nós. Ora, se não vem da impressão, então não tem fundamento, pois toda idéia, para ser correta, tem de vir da experiência sensível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao afirmar que a causalidade é uma afirmação geral e que, no entanto, as afirmações gerais não têm fundamento, Hume ensina que a Ciência é impossível. Não é possível fazer afirmações gerais sobre nada porque as nossas impressões, fontes de todas as idéias que temos, são sempre impressões particulares.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essas nossas idéias gerais surgem do nosso costume de associar os fenômenos. Mas a associação não é um dado da experiência, é uma construção mental. A razão humana, portanto, pode ser definida como o hábito de fazer associações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lembremos as causas da associação:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Semelhança;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Proximidade espacial;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Proximidade temporal.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-25643039776730448002014-08-29T19:44:00.002-07:002014-08-30T08:33:08.264-07:00Empirismo: John Locke<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPA98jYx_IPwc6ZjNfV09vVmEUfIg-go8hHk0ubgveTKmhtKNptp9Bkuyr5Sty0u1xwiNqdZj5g9Z-SXTWcgLFljJzm5FT_4uYzyFSsDTMBgERxnIl4NvgAoHK8g5quZx9q3jlxj6hU4Y/s1600/asdfasdfs.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPA98jYx_IPwc6ZjNfV09vVmEUfIg-go8hHk0ubgveTKmhtKNptp9Bkuyr5Sty0u1xwiNqdZj5g9Z-SXTWcgLFljJzm5FT_4uYzyFSsDTMBgERxnIl4NvgAoHK8g5quZx9q3jlxj6hU4Y/s1600/asdfasdfs.jpg" height="244" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Empirismo é uma corrente filosófica que, ao contrário do racionalismo, afirma que são os sentidos que exercem um papel primordial nas idéias humanas. Descartes, que era racionalista, dizia que os sentidos não são confiáveis. Os empiristas dirão justamente o contrário: tudo vem por meio deles. Portanto, se não se deve confiar nos sentidos, tampouco se pode confiar na razão, pois todas as idéias humanas, sem exceção, vêm pelos sentidos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A palavra <i>empirismo</i> vem do grego <i>empeiria</i> que significa "ter experiência" por meio dos sentidos. Lembremos que estes sentidos de que falamos são os cinco sentidos através dos quais conhecemos o mundo: a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Iremos estudar a teoria de dois filósofos empiristas: o inglês John Locke (1632 - 1704) e o escocês David Hume (1711 - 1776).</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
JOHN LOCKE</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgsoJE3gpRJpGIXpZr_USjf0qxBTLqsuxnPokqszLXVMR0LWyGhAPrfhef4-zwbzkTR8OGjcgfacZu7vNB4zvv-0DVk5bhqIU0BCaVB-_shx5-hr0x5bRmyE7noXQCgbocYcr0BAK9c74/s1600/download+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgsoJE3gpRJpGIXpZr_USjf0qxBTLqsuxnPokqszLXVMR0LWyGhAPrfhef4-zwbzkTR8OGjcgfacZu7vNB4zvv-0DVk5bhqIU0BCaVB-_shx5-hr0x5bRmyE7noXQCgbocYcr0BAK9c74/s1600/download+(1).jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Afirmava que, quando nascemos, a nossa mente é uma tábula rasa, isto é, uma folha em branco onde nada ainda tinha sido escrito. A mente humana, no início, não possui nenhuma idéia. Com isso, ele negava as idéias inatas de Descartes, que seriam idéias que nasceriam com a pessoa. Para Locke, essas idéias não existem, pois todas as idéias que possamos ter têm sua fonte dos sentidos humanos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O conhecimento humano possui duas fontes:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>A sensação</b> - são as idéias provenientes do contato direto dos sentidos com os objetos externos. Se vimos uma cor azul, temos uma sensação visual e, então, a idéia vinda dessa sensação: a idéia de azul. Se escutamos uma voz grave, temos uma sensação auditiva que gera em nós a idéia de grave. Se tocamos uma superfície fria, temos uma sensação tátil que gera em nós a idéia de frieza, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>A reflexão</b> - quando temos as idéias provenientes diretamente dos sentidos, essas idéias permanecem em nós mesmo quando o objeto que provocou a sensação se afasta do nosso contato. Por exemplo: se andamos na rua e percebemos que o céu tem um som rosado, essa cor permanece na nossa mente, mesmo quando anoitece. Isso ocorre porque temos memória. Temos, então, na mente, várias idéias. Estas idéias podem ser comparadas, somadas, compostas umas com as outras, etc. Assim, o conhecimento humano também se forma dessa atividade da mente com as próprias idéias. A idéia de reflexão indica o dobramento da mente (flexão) sobre si mesma (re), é um tipo de pensamento sobre os próprios pensamentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias provindas das sensações são chamadas de <b>idéias simples</b>, e, nelas, a mente é passiva, isto é, não age; apenas recebe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias provindas da reflexão são chamadas de <b>idéias complexas</b>, e, nelas, a mente é ativa, isto é, age sobre as próprias idéias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As coisas externas possuem dois tipos de qualidade:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>As primárias</b> - existem mesmo nas coisas. São o movimento, o repouso, a quantidade, a forma, o tamanho, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>As secundárias</b> - existem no sujeito e são, pelo menos em parte, subjetivas e relativas. São a cor, o gosto, o som, etc. Se prestarmos atenção, o gosto que sentimos de uma fruta - por exemplo: a azeitona verde - varia de pessoa para pessoa. Uns acharão que é bom, e outros dirão que não é. Uma mesma pessoa pode ter o seu gosto alterado; é o que acontece com certos degustadores de vinho ou café. Uma pessoa pode apreciar uma peça musical de modo mais rico e completo do que outra, e discordar quanto à beleza do que foi ouvido. É possível ainda discordar de tonalidades de cores: azul turquesa ou verde piscina? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos esses exemplos nos dizem que as qualidades secundárias não nos dão informações seguras sobre como são os objetos, uma vez que nós mesmos discordamos quanto a elas.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-89721341554650646522014-08-28T19:07:00.001-07:002014-08-28T19:07:05.644-07:00Pessoal dos terceiros anos<div style="text-align: justify;">
Não tive tempo ainda de escrever o texto a respeito do assunto. Mas o farei nesta sexta à noite. Portanto, vão estudando pelo caderno e pesquisando em outros sites. Lembrando: o assunto do instrumento avaliativo será John Locke e David Hume. Do primeiro, basicamente as fontes e os tipos de idéias. Do segundo, o problema da indução e da causalidade. Abraço.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-89803146267469674862014-08-28T18:11:00.000-07:002014-08-28T18:19:39.859-07:00A Política de Aristóteles<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ63lV3i5xjl-5QSGcIWFttqCJkzL4cBkE0ImbsVJuy1pZNYMDQ10lGQeCpI0jzJQ9dj3q7TDBYEtXa-2k6mFC0Kzs5wRQ4-SOwzonAJeve2unw6UamS8FUPS75uCjKP8lIcND4joJMWo/s1600/aristoteles.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ63lV3i5xjl-5QSGcIWFttqCJkzL4cBkE0ImbsVJuy1pZNYMDQ10lGQeCpI0jzJQ9dj3q7TDBYEtXa-2k6mFC0Kzs5wRQ4-SOwzonAJeve2unw6UamS8FUPS75uCjKP8lIcND4joJMWo/s1600/aristoteles.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Política pode ser entendida como o modo de organizar a sociedade visando o bem comum. Nesta definição, há algumas coisas a se considerar:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Primeiramente, o que é uma sociedade? Sabemos que é um agrupamento de pessoas. Essas pessoas, para viverem de modo ordenado, devem nutrir interesses fundamentais comuns. Esses interesses, base da amizade e da concordância entre pessoas, são referidos pelo termo <i>filia</i>, que quer dizer amizade ou companheirismo. E, para conseguir isso, torna-se importante educar os cidadãos. A educação, portanto, é fator essencial na sociedade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma sociedade é formada por indivíduos, como se sabe. No entanto, ela não vive para os indivíduos tomados particularmente, mas, pelo contrário, são os indivíduos que vivem para a sociedade. Com efeito, quando um indivíduo nasce, a sociedade já existe. Quando ele morre, a sociedade permanece. Portanto, a sociedade é anterior e posterior aos indivíduos considerados isoladamente.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"O todo deve necessariamente ter precedência sobre as partes." (Aristóteles)</i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Isso nos leva a questionar o seguinte: qual é a relação entre o indivíduo e a sociedade? Como seria o indivíduo se ele não fosse incluído numa sociedade e vivesse isolado? Seria quem é ou seria diferente? Se a sociedade influencia a pessoa, até onde vai essa influência? Seria a pessoa um produto do seu meio?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse é um problema.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aristóteles dirá que o ser humano é, por natureza, um animal social, isto é, ele tende essencialmente ao convívio com outros. Dizia que somente um animal ou uma divindade poderiam viver isolados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3VsXwqlob9EJRSWxEEr_fzvhjNrxGNi8qIEm6STYOYV0F6VwwhHvb_ZgtSTfyjeEfrxTYCvG-J_4B9KVfsMwIOeJnr9w58JtDYj_JU0jSqkHSz1CW6X3rqVJMJg0M0h7tcxGGCOg82Go/s1600/Aristoteles-pol%C3%ADtico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3VsXwqlob9EJRSWxEEr_fzvhjNrxGNi8qIEm6STYOYV0F6VwwhHvb_ZgtSTfyjeEfrxTYCvG-J_4B9KVfsMwIOeJnr9w58JtDYj_JU0jSqkHSz1CW6X3rqVJMJg0M0h7tcxGGCOg82Go/s1600/Aristoteles-pol%C3%ADtico.jpg" height="280" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para conduzir a sociedade ao ideal do bem comum é fundamental entender o que é Justiça. Para Aristóteles, a Justiça é sobretudo <b>distributiva</b>, isto é, distribui-se o conveniente às pessoas não apenas de acordo à sua natureza comum, mas também de acordo com o seu mérito pessoal. Os desiguais ganham de modo desigual. Um médico, por exemplo, que trabalhe mais do que um outro preguiçoso, não deve receber o mesmo que este último, mas receber mais. No entanto, como as pessoas também têm necessidades que precisam ser supridas independentemente do seu mérito pessoal, existe a Justiça <b>comutativa</b> <b>ou corretiva</b>, que garante essa atenção. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A justiça permite que a lei prevaleça contra as paixões ou inclinações individuais. Ela é a expressão política da ordem natural.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto à organização da sociedade, Aristóteles permite que o governo se exerça de três modos, que são os únicos três modos possíveis. Com efeito, quem pode governar um povo? As únicas possibilidades são: uma pessoa só, um grupo de pessoas, ou a maioria das pessoas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao governo de um só, chamamos <b>Monarquia</b>, que é o governo do rei.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao governo de um pequeno grupo ou elite, chamamos <b>Aristocracia</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao governo da maioria, chamamos <b>Politéia</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estes três modos de governo são legítimos quando se busca o bem comum, isto é, o bem de todos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aristóteles dirá que, assim como há três modos legítimos, há também três modos degenerados ou corrompidos de governo. Esses modos se dão porque o que se busca não é mais o bem comum, mas os interesses dos que governam. Os modos corrompidos são:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Tirania</b> - quando o rei governa em função dos próprios interesses</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Oligarquia</b> - quando a elite governa em função dos próprios interesses</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Democracia</b> - quando a maioria governa em detrimento da minoria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdMC-vO7t4SAfQbvhIeu7CWZSpUM8V6cM1FA0o6yxaWnCzCVw3SYhDIwFagdiIDkNKdeJqBXf4Ef1D-cldJC7WFN5FS9cctw6tFprf4aKLnklNKoNABcoAzAF5D6c0pzOiCGKPN9S_Ung/s1600/tabela-das-formas-de-governo-segundo-aristoteles.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdMC-vO7t4SAfQbvhIeu7CWZSpUM8V6cM1FA0o6yxaWnCzCVw3SYhDIwFagdiIDkNKdeJqBXf4Ef1D-cldJC7WFN5FS9cctw6tFprf4aKLnklNKoNABcoAzAF5D6c0pzOiCGKPN9S_Ung/s1600/tabela-das-formas-de-governo-segundo-aristoteles.png" height="191" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Algo a se notar, aqui, é que Aristóteles chama a forma corrompida de Politéia com o nome que define o nosso modo atual de governo: a democracia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Democracia é o governo constitucional da maioria. Para Aristóteles, embora a maioria governasse, isso não deveria ser feito de modo a desconsiderar inteiramente os interesses das minorias. Porém, aqui há algo a se pensar: seriam todos os reclames das minorias realmente dignos de atenção? E aquilo que a maioria decide é, por isso mesmo, correto?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Haveria o certo e o errado objetivamente? Ou o que define o certo e o errado são as decisões da maioria das pessoas?</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-62648497729304661442014-08-27T10:28:00.000-07:002014-08-27T14:58:00.080-07:00Parmênides - Nada Muda.<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgePRa7EUNxHcXWlf9Q6BO_a3rDNoNocyqvdKCE-JBN0gODxmpMa5x1GtS7DcxOWQkjg_IPLYK3pwIvq4zUn4cJOvgChslWKQ5KX4xcAuPdFLH4BhhXUKwPthXyPesbRlI2rWnCXvzbtGA/s1600/parmenides+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgePRa7EUNxHcXWlf9Q6BO_a3rDNoNocyqvdKCE-JBN0gODxmpMa5x1GtS7DcxOWQkjg_IPLYK3pwIvq4zUn4cJOvgChslWKQ5KX4xcAuPdFLH4BhhXUKwPthXyPesbRlI2rWnCXvzbtGA/s1600/parmenides+(2).jpg" height="400" width="136" /></a></div>
<br />
É outro filósofo de quem se sabe pouca coisa. Eles são muito antigos e pouca coisa sobre eles se conservou. Nasceu em Eléia, sul da Itália. Provavelmente era de família rica e foi aluno dos pitagóricos. Escrevendo em forma de poesia, Parmênides é considerado o filósofo pré-socrático mais profundo. Portanto, é também o mais difícil deles.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Opondo-se a Heráclito, Parmênides dirá exatamente o oposto: "Nada muda".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De que modo pode uma pessoa afirmar que nada muda se nós testemunhamos diariamente a mudança em tudo quanto existe? Há mudanças de lugar, mudanças de aparência, e mudanças internas. Com que base, então, Parmênides pode dizer que não há mudança? Estudemos o seu pensamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há duas principais frases de Parmênides que, se as entendermos, haveremos de estranhamente concordar com ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Primeira frase: <b>O ser é e não pode não ser.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Segunda frase: <b>O não ser não é e não pode ser.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Esclareçamos, primeiramente, o que é "ser". Na verdade, "ser" é tudo o que existe. Qualquer coisa que possua existência é ser: pedras, plantas, animais, pessoas, ets, anjos, Deus, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A afirmação "é" significa "existe". Se uma coisa existe, ela é. A cadeira na qual estou sentado existe. Portanto, posso dizer que ela <i>é</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A expressão "não ser" significa aquilo que não tem ser, ou seja, aquilo que não existe. Poderíamos substituí-la por "nada". Pode também ser traduzida por "não existir". A expressão" não é" significa "não existe". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Traduzamos, então, as frases de Parmênides substituindo os termos pelo que eles significam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A frase "<i>o ser é e não pode não ser</i>" ficaria assim: "<i>o que existe existe e não pode não existir</i>"; ou ainda: "<i>o que existe existe e não pode deixar de existir</i>".<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM6MnIFRcUVec9dwciU79D9S5BCIiMtUYx71UQp5j1hnXDcB6tscdKEXG_IGekYvj4VoG2qAVR7Soa3fs-EFClyIoV4N_geuflt8zN-wOOWwc9Khvr-hRH-u-BYHg1aSg0H_9abniyPw4/s1600/slide_22.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM6MnIFRcUVec9dwciU79D9S5BCIiMtUYx71UQp5j1hnXDcB6tscdKEXG_IGekYvj4VoG2qAVR7Soa3fs-EFClyIoV4N_geuflt8zN-wOOWwc9Khvr-hRH-u-BYHg1aSg0H_9abniyPw4/s1600/slide_22.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A frase: "<i>O não ser não é e não pode ser</i>" ficaria assim: "<i>o que não existe não existe e não pode existir</i>"; ou ainda: "<i>o nada não existe e não pode existir</i>".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: center;">
Agora, analisemos uma a uma. Comecemos pela segunda:</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>"O não ser não é e não pode ser" - "O nada não existe e não pode existir"</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dizer que o nada não existe é óbvio, pois vimos que tudo quanto existe é ser. Se o "não ser" existisse, ele seria ser. Não ser seria ser, o que não tem sentido. Portanto, o "não ser" ou "nada" não existe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<i>"Jamais se conseguirá provar que o não-se é" Parmênides</i><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além de não existir, o nada não pode se tornar ser. Do nada, nada se faz. O nada não pode criar o ser, pois criar é um ato. Uma pessoa só cria algo depois que existe. Se o nada pudesse criar o ser, então o nada teria de ser algo, teria de existir. Vimos, ao contrário, que o nada não existe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seria possível que o ser se criasse a si mesmo? Também não, pois, se isso fosse possível, o ser teria que existir antes de existir: se criar é um ato e o ser passa a existir depois de ser criado, como ele poderia criar a si mesmo antes de existir? Não é possível. Conclusão: <b>o ser não tem inicio. Existe desde sempre</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vejamos agora a primeira frase:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>"O ser não é e não pode ser" - "O que existe existe e não pode deixar de existir".</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que o que existe existe é óbvio. Ninguém em sã consciência duvidaria. No entanto, será possível que o que existe não pode deixar de existir? Vejamos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se algo existente deixa de existir, isso só é possível de dois modos: ou o ser é destruído por outra coisa fora dele, ou o ser se destrói a si mesmo. Não há terceira alternativa. Vejamos as duas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ser pode ser destruído por algo fora dele? Não pode, pois se houvesse algo fora do ser, esse algo existiria. Ora, tudo o que existe é ser. Portanto, esse algo fora do ser também seria ser. Logo, não estaria fora do ser. Conclusão: não é possível que o ser seja destruído por algo fora dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ser pode se autodestruir? Também não pode, pois a propriedade do ser é existir, é ser. Se ele se autodestruísse, teríamos de admitir que dentro do ser haveria algo de não ser. Este algo, existindo, já seria ser. Além disso, se há algo de não ser dentro do ser, isso significa que ser implica não ser, ou seja, que ser é não ser, ou ainda, que ser e não ser são a mesma coisa, o que é absurdo. Conclusão: o ser nunca morre; existe para sempre.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZSJBawepOsBP7-xsQ-ny83gtb_q2J5Q_5nOSXEPloP6-rQwYqcmgbLOWmBFMtBMNoyWn7Xm_x9C36YhhurGpg1AJQcKvz3iskNATI-i-oqxK9KlGsYRjlXcvwOxLEWXTA0Wr4bwRP73M/s1600/parmenides.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZSJBawepOsBP7-xsQ-ny83gtb_q2J5Q_5nOSXEPloP6-rQwYqcmgbLOWmBFMtBMNoyWn7Xm_x9C36YhhurGpg1AJQcKvz3iskNATI-i-oqxK9KlGsYRjlXcvwOxLEWXTA0Wr4bwRP73M/s1600/parmenides.jpg" height="150" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Portanto o ser é eterno: existe desde sempre e para sempre. Nunca teve começo e nunca terá fim. O ser é.<br />
<i><br /></i>
<i>"Resta-nos assim um único caminho: o ser é. Neste caminho há grande número de indícios: não sendo gerado, é também imperecível; possui, com efeito, uma estrutura inteira, inabalável e sem meta; jamais foi nem será, pois é, no instante presente, todo inteiro, uno, contínuo. Que geração se lhe poderia encontrar? Como, de onde cresceria? Não te permitirei dizer nem pensar o seu crescer do não-ser. Pois não é possível dizer nem pensar que o não-ser é. Se viesse do nada, qual necessidade teria provocado seu surgimento mais cedo ou mais tarde? Assim, pois, é necessário ser absolutamente ou não ser. E jamais a força da convicção concederá que do não-ser possa surgir outra coisa. (...) Como poderia perecer o que é? Como poderia ser gerado? Pois se gerado, não é, e também não é, se deverá existir algum dia. Assim, o gerar se apaga e o perecimento se esquece." Parmênides</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<i>"Necessário é dizer e pensar que só o ser é; pois o ser é, e o nada, ao contrário, nada é." Parmênides</i><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ok, mas e o que isso tem a ver com mudanças? Tem tudo a ver. Vejamos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que é mudar? É deixar de ser o que era e tornar-se o que não era. Uma parede que muda do branco para o azul deixa de ser o que era (branco) e passa a ser o que não era (azul). Analisemos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deixar de ser o que era - Passar do ser ao não ser. A parede era branca e não é mais. Ora, a passagem do ser ao não ser não existe, conforme vimos acima. Logo, essa mudança é impossível. Além disso, vejamos a outra parte:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Passar a ser o que não era - Passar do não ser ao ser. A parede não era azul e passou a ser. A passagem do não ser ao ser também não é possível, como vimos. Logo, essa mudança é impossível. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ora, toda mudança implica sempre deixar de ser o que era e tornar-se o que não era. Acabamos de concluir que isso não é possível, pois implica uma passagem do ser ao não ser e do não ser ao ser. Ora, se não é possível fazer essa passagem, então também não é possível mudar. Se não é possível mudar, a mudança não existe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz9W37mfMxyi8eZ-AaEcd3O27TJt2VOoI1hzGd3YpNKtnrgeXg2kt5gBOIO6FB3HhTMOuILLcf0N2AqKY7OVTS-V5C2HTIhEo0uyD0K1SROq8iy9yZOp4RGKm0w3MNC4qm81yldH-t6mc/s1600/filosofia+em+quadrinhos+parmenides+filosofos+em+a%C3%A7%C3%A3o+1+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz9W37mfMxyi8eZ-AaEcd3O27TJt2VOoI1hzGd3YpNKtnrgeXg2kt5gBOIO6FB3HhTMOuILLcf0N2AqKY7OVTS-V5C2HTIhEo0uyD0K1SROq8iy9yZOp4RGKm0w3MNC4qm81yldH-t6mc/s1600/filosofia+em+quadrinhos+parmenides+filosofos+em+a%C3%A7%C3%A3o+1+(1).jpg" height="241" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Clique pra ver maior.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como, então, vemos mudanças em tudo que existe?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre que notamos uma mudança, são os nossos cinco sentidos que percebem. Se saímos na chuva e nos molhamos, é o nosso tato, confirmado pela nossa visão, que nos diz que nos molhamos. Se uma comida estraga, é o nosso olfato que nos diz, etc. Os sentidos percebem a mudança. No entanto, a razão nos diz, pela lógica (como vimos acima), que não há mudança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sentidos e razão estão em conflito. A quem devemos dar crédito? Parmênides dirá que os sentidos geram a opinião, que é incerta, e que cada um tem a sua. A razão, ao contrário, gera a verdade, que é segura e vale para todos. É a razão, então, quem está certa. Logo, não há mudanças. As mudanças que percebemos com os nossos sentidos são meras ilusões.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM_5AvN-TfluNim3hxyb__mIa63le7WxbIUSs6mNDJikfslKohNPwRaH8K37J8Shaj5qUVaeYRVAiAA7Gx_fkiJ5_mfazkN3E7QbW6L6992Kow0hLTZhW-9uf7LwhrWWgMvvxOQAyKa8E/s1600/parmenides+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM_5AvN-TfluNim3hxyb__mIa63le7WxbIUSs6mNDJikfslKohNPwRaH8K37J8Shaj5qUVaeYRVAiAA7Gx_fkiJ5_mfazkN3E7QbW6L6992Kow0hLTZhW-9uf7LwhrWWgMvvxOQAyKa8E/s1600/parmenides+(1).jpg" height="218" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Além disso, o ser não tem divisões em si, pois uma divisão é sempre um fim de um ser e começo de outro. Se admitíssemos, por exemplo, que há seres, isto é, que há um ser e, depois, outro ser, então teríamos de dizer que o primeiro ser acaba para que possa começar o segundo. Ora, se o ser acaba, então há o não ser, aquilo que tornaria o ser finito. Se, pelo contrário, não há o não-ser, então o ser não pode possuir divisões. Logo, ele é inteiro e contínuo. Parmênides dirá que ele é esférico, pois a esfera é contínua: não tem começo nem fim, e era considerada a figura mais perfeita pelos gregos.<br />
<br />
<i>"Também não é divisível, pois é completamente idêntico. E não poderia ser acrescido, o que impediria a sua coesão, nem diminuído; muito mais, é pleno de ser; por isto, é contínuo, porque o ser é contíguo ao ser."</i><br />
<i><br /></i>
<i>"É sem começo e sem fim; pois geração e destruição foram afastadas para longe, repudiadas pela verdadeira convicção. Permanece idêntico e em um mesmo estado, descansa em si próprio, sempre imutavelmente fixo e no mesmo lugar." </i><br />
<i><br /></i>
<i>"É completo de todos os lados, comparável à massa de uma esfera bem redonda, equilibrada desde seu centro em todas as direções; não poderia ser maior ou menor aqui ou ali. Pois nada poderia impedi-lo de ser homogêneo, nem aquilo que é não é tal que possa ter aqui mais ser do que lá, porque é completamente íntegro; igual a si mesmo em todas as partes." Parmênides</i><br />
<i><br /></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9fy-MJKnBA2mbdZajYCcC1ZuMnZ59J4nB6HQj3hJGPETwUuruv5IgIGsPpuNk2Wb5utzK-bru3r9gEu-qvZ9CBMzqpxhBXDJ23nB5Q_xprdQHKFOO8zl6ViHP6NVC5WvmqGF82-a9KWY/s1600/pss.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9fy-MJKnBA2mbdZajYCcC1ZuMnZ59J4nB6HQj3hJGPETwUuruv5IgIGsPpuNk2Wb5utzK-bru3r9gEu-qvZ9CBMzqpxhBXDJ23nB5Q_xprdQHKFOO8zl6ViHP6NVC5WvmqGF82-a9KWY/s1600/pss.jpg" height="138" width="320" /></a></div>
<i><br /></i>
<br />
Se o nada não existe, ele sequer pode ser pensado. Parmênides afirmará que é o pensamento, e não os sentidos, que percebe os atributos do ser. Por isso, pensar e ser são o mesmo. Só é possível pensar o ser, e não o não-ser, pois não é possível pensar o que não existe. O próprio pensamento, existindo, é ser.<br />
<br />
<i>"Pois pensar e ser é o mesmo"</i><br />
<i><br /></i>
<i>"O mesmo é pensar e o pensamento de que o ser é, pois jamais encontrarás o pensamento sem o ser, no qual é expressado. Nada é e nada poderá ser fora do ser."</i></div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-79593687200981259852014-08-25T16:37:00.000-07:002014-08-27T14:49:59.635-07:00Heráclito - Tudo muda<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBndC2mOjgpRtfaRM0WpqWa304LAtmk4yJhWatcKoHcQNFLpxZKAMeMPATP8GyqzzWnHbXd4grseOR25bghg-8YgUorQi5B5CAi6D7A9MKM9dkxueNuQjZczLiqnrVYNIXgMyF7rneisE/s1600/Heraclitus,_Johannes_Moreelse.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBndC2mOjgpRtfaRM0WpqWa304LAtmk4yJhWatcKoHcQNFLpxZKAMeMPATP8GyqzzWnHbXd4grseOR25bghg-8YgUorQi5B5CAi6D7A9MKM9dkxueNuQjZczLiqnrVYNIXgMyF7rneisE/s1600/Heraclitus,_Johannes_Moreelse.jpg" height="283" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Heráclito foi um filósofo grego que nasceu na cidade de Éfeso, e viveu aproximadamente de 535 a.C. a 475 a.C. Dele pouco se conhece. Sabe-se que era da Aristocracia de Éfeso, mas supostamente abdicou do governo da cidade. Por causa disso, foi chamado de orgulhoso e acusado de desprezar seus concidadãos, já que vivia uma vida separado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É considerado um dos mais profundos filósofos pré-socráticos. Sua filosofia consiste em dizer que tudo muda, isto é, que nada permanece sendo o que é. Essa teoria recebe o nome de "Panta Rei" que significa "tudo flui". Aqui nós devemos pensar na figura de um rio cujas águas nunca permanecem num mesmo lugar, mas estão continuamente fluindo. Para Heráclito, isto seria a figura do mundo, onde as coisas estão continuamente fluindo, isto é, mudando.</div>
<br />
É conhecida a seguinte afirmação que ele fazia:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio." Heráclito</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Para os que entram nos mesmos rios, correm outras e novas águas." Heráclito</i></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpSpEzc1j09ve0s3gY1L_V4mtAUdpkSUQd292nd1Dc9bg-rAkQea1A31hV6IjVgWfHalX1vPPH3oS6fyMTs2Mxlm3DFt8rok3R1kRkqRtuz2_6o9XQahB_wsLdsPSShriPBeglW8yxnRk/s1600/filosofia+em+quadrinhos+heraclito+filosofos+em+a%C3%A7%C3%A3o+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpSpEzc1j09ve0s3gY1L_V4mtAUdpkSUQd292nd1Dc9bg-rAkQea1A31hV6IjVgWfHalX1vPPH3oS6fyMTs2Mxlm3DFt8rok3R1kRkqRtuz2_6o9XQahB_wsLdsPSShriPBeglW8yxnRk/s1600/filosofia+em+quadrinhos+heraclito+filosofos+em+a%C3%A7%C3%A3o+2.jpg" height="173" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Clique pra ver maior.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Se todas as coisas estão em contínua mudança, é possível perceber em todas elas uma unidade fundamental: a mudança. Todos os seres possuem em comum o fato de estarem continuamente mudando.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI9qz9GkBKBFa_d4KcIMfPDrbHtXcPTALdwJDQ2DRIWgkF4mlrhGKQymZ39ITHt0kM_yZi6y58DbGAOGUEFcyFRwr1yUZbFrbt6BUr2J6p4dWH7eWJ_TG9OIFNJTFnYpAgucm_yitVmBI/s1600/images+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI9qz9GkBKBFa_d4KcIMfPDrbHtXcPTALdwJDQ2DRIWgkF4mlrhGKQymZ39ITHt0kM_yZi6y58DbGAOGUEFcyFRwr1yUZbFrbt6BUr2J6p4dWH7eWJ_TG9OIFNJTFnYpAgucm_yitVmBI/s1600/images+(2).jpg" height="112" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Podemos perguntar: por que as coisas mudam?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Heráclito dirá que o cosmos é formado de duplas de contrários: bem, mal; preto, branco; alto, baixo; direita, esquerda; ímpar, par; ir, vir; nascer, morrer; jovem, velho; homem, mulher, etc.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Em nós, manifesta-se sempre uma e a mesma coisa: vida e morte, vigília e sono, juventude e velhice. Pois a mudança de um dá o outro e reciprocamente." Heráclito</i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Entre esses contrários haveria um conflito. Este conflito entre os opostos geraria o movimento do cosmos e, além disso, harmonizaria o cosmos. É o que Heráclito chama de "Harmonia dos Contrários".</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Tudo se faz por contraste; da luta dos contrários nasce a mais bela harmonia." Heráclito</i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
De fato, em todos os seres do universo que se desenvolvem e se movem, notamos a existência de forças opostas sem as quais não seria possível o movimento e o desenvolvimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Demos alguns exemplos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sabemos que a terra gira em torno do sol. Ela repete continuamente este movimento. Esta viagem contínua só é possível porque há duas forças opostas em conflito: uma delas é a força de atração que o sol exerce sobre a terra. Com efeito, um corpo celeste maior tende a atrair um menor. É por isso que a lua gravita em torno da terra, porque a lua é menor que a terra, e, por isso, a terra a atrai. Do mesmo modo, por ser o sol maior que a terra, ele a atrai.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Bfpxn7ufBMjIFI-pPqX_HKIaIVskVZUOCB9uyJo1fBa49Y0QAsRTH6LsPqrUO_koVzc8HWA3dDZHCOuWAvLVHAEXjIHpTs1iPpcqf4YnmyXLjQ5uhc0EfDAJzaS976YJH5Q6Ljkd650/s1600/planet_01ani.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Bfpxn7ufBMjIFI-pPqX_HKIaIVskVZUOCB9uyJo1fBa49Y0QAsRTH6LsPqrUO_koVzc8HWA3dDZHCOuWAvLVHAEXjIHpTs1iPpcqf4YnmyXLjQ5uhc0EfDAJzaS976YJH5Q6Ljkd650/s1600/planet_01ani.gif" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Mas, ao mesmo tempo, se só houvesse essa força de atração, a terra se chocaria com o sol, o que a faria explodir e nos mataria a todos. Portanto, é preciso haver uma outra força que a faça tender à distância. Assim, ela pode, ao mesmo tempo em que permanece gravitando em torno do sol, manter-se distante o suficiente para que não morramos de calor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se, por outro lado, apenas houvesse a força que faz a terra manter-se longe do sol, então ela se afastaria de vez e se perderia no espaço, fazendo-nos morrer de frio e tornando a vida na terra impossível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Logo, para que o equilíbrio terrestre siga existindo e a vida seja possível, é preciso existirem duas forças opostas em conflito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outro exemplo:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sabemos que as flores desabrocham na primavera. Esta é a época das flores. No entanto, é no inverno que as plantas adquirem o necessário para que as flores desabrochem. O inverno, por ser época de frio, é um tempo difícil para as plantas. Portanto, ao lado da força vital das plantas, há uma força que atua contrariamente a elas, que é o inverno. Através dessa dificuldade, as plantas adquirem aquilo que poderá desabrochar na primavera, e que bem poderíamos chamar de um "aperfeiçoamento de vida". Este aperfeiçoamento não seria possível sem a luta da força vital da planta contra as dificuldades do inverno.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
O mesmo se pode dizer de um ser humano. Se, durante a vida, ele não enfrentar forças contrárias, isto é, dificuldades, ele não amadurece, isto é, não aperfeiçoa a sua vida. É da luta dos contrários que surge o movimento e o desenvolvimento.</div>
<br />
Por este motivo, Heráclito dirá que a guerra é boa e justa.<br />
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"A guerra é o pai de todas as coisas de todas o rei; de uns fez deuses, de outros, homens; de uns, escravos, de outros, livres." Heráclito</i><br />
<i><br /></i>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiz5Eo8CYiKXtOtvYnXtjvi5i54qmrLXf9WtXX_w94Gxr8Qnv1-2f5q6Sgzu1OEBAqTQ5UZ50L4kBv-Wu8k9nmwjpxN1BxldoUKECN6wxi6xtvqK34x9hRtVOYjZsDyBTGdAYG2qgLdbk/s1600/heraclito.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiz5Eo8CYiKXtOtvYnXtjvi5i54qmrLXf9WtXX_w94Gxr8Qnv1-2f5q6Sgzu1OEBAqTQ5UZ50L4kBv-Wu8k9nmwjpxN1BxldoUKECN6wxi6xtvqK34x9hRtVOYjZsDyBTGdAYG2qgLdbk/s1600/heraclito.png" height="225" width="400" /></a></div>
<i><br /></i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Como é um pré-socrático, Heráclito também está em busca de um elemento inicial, fundamental, do qual virão todas as demais coisas, e que os primeiros filósofos chamavam de Arché.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vimos que, para cada filósofo, a Arché era um elemento diferente: para Tales, era a água; para Anaxímenes, o ar; para Anaximandro, o <i>ápeiron; </i>e para Pitágoras, o número.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para Heráclito, era preciso que o primeiro elemento fosse algo que estivesse sempre em movimento. Ele encontrará sua Arché no fogo. Com efeito, o fogo é um elemento que nunca está parado.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgggcYEa5R6XUCtkEXCGYCjvYY4jJxORX53S4_hntCrUA3GnavCIRULWBssXkYqL77fS74WrmhrpVeM0kGjGQmbbhz4ejLbItsI4ptMAMEIZwuX4hsIqEuF4BFnBdUv3viO_9s31cYyxI0/s1600/animated-fire.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgggcYEa5R6XUCtkEXCGYCjvYY4jJxORX53S4_hntCrUA3GnavCIRULWBssXkYqL77fS74WrmhrpVeM0kGjGQmbbhz4ejLbItsI4ptMAMEIZwuX4hsIqEuF4BFnBdUv3viO_9s31cYyxI0/s1600/animated-fire.gif" height="320" width="269" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"O fogo se transforma em todas as coisas e todas as coisas se transformam em fogo, assim como se trocam as mercadorias por ouro e o ouro por mercadorias."</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"As transformações do fogo: primeiro o mar; e a metade do mar é terra, e a outra metade um vento quente. A terra dilui-se em mar, e esta recebe a sua medida segundo a mesma lei, tal como era antes de se tornar terra."</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Fogo: carência e abundância." Heráclito</i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Além disso, o fogo unifica em si os diferentes materiais que ele queima, o que é um símbolo da unidade de todas as coisas através da mudança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma terceira analogia seria ainda o fato de o fogo simbolizar o conflito, pois a sua atuação sobre os materiais se assemelha a uma força destruidora, conflitante, violenta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Heráclito identificará o fogo com o <i>Lógos</i>. Lembremos que o <i>Lógos</i> é a inteligência, é o sentido das coisas. Heráclito dirá que o <i>Lógos </i>governa o cosmos. Nós também possuímos um <i>Lógos</i> em nós, a nossa inteligência individual. Como o <i>Lógos</i> é fogo, uma alma inteligente seria uma alma seca, enquanto que uma alma não inteligente seria úmida.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"À alma pertence o Logos, que se aumenta a si próprio."</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"O homem ébrio titubeia e se deixa conduzir por uma criança, sem saber para onde vai; pois úmida está a sua alma."</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Brilho seco: alma mais sábia e melhor."</i></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Mesmo percorrendo todos os caminhos, jamais encontrarás os limites da alma, tão profundo é o seu Logos." Heráclito</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTw03uVD3yiCN8o8JxJ_X8dJMTUZocgmu5OJXq_XUpm_N4gWb6XqS0bvsC-t1KYbE2_25uBo5mbxiU53Na3qhBJRQOvA5bfozi3-2_57GjqXhMUrw8CgzSRGrzKkJC7exQOZRKpFzedYU/s1600/filosofia+em+quadrinhos+heraclito+filosofos+em+a%C3%A7%C3%A3o+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTw03uVD3yiCN8o8JxJ_X8dJMTUZocgmu5OJXq_XUpm_N4gWb6XqS0bvsC-t1KYbE2_25uBo5mbxiU53Na3qhBJRQOvA5bfozi3-2_57GjqXhMUrw8CgzSRGrzKkJC7exQOZRKpFzedYU/s1600/filosofia+em+quadrinhos+heraclito+filosofos+em+a%C3%A7%C3%A3o+5.jpg" height="280" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Clique pra ver maior</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-81750910047037912702014-06-10T08:39:00.004-07:002014-06-10T08:39:56.324-07:00Um dos maiores problemas das escolas contemporâneas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHZjZln2YUmosRGQqs0BX-yuV0frw37ET6gheM0jIYUct9rkTuu9wN5HL0lhGQBE2PZvWjVXhBqgginQ1kWPIiaybFzPyupRcstUqQMxLglmtI4iTVEO1vxbFcyN3r6C8ItHfpVZCpq8k/s1600/10457879_511851108943152_6549437697082240341_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHZjZln2YUmosRGQqs0BX-yuV0frw37ET6gheM0jIYUct9rkTuu9wN5HL0lhGQBE2PZvWjVXhBqgginQ1kWPIiaybFzPyupRcstUqQMxLglmtI4iTVEO1vxbFcyN3r6C8ItHfpVZCpq8k/s1600/10457879_511851108943152_6549437697082240341_n.jpg" height="640" width="480" /></a></div>
<br />Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-84837534410805820152014-05-29T07:14:00.001-07:002014-05-29T07:14:24.581-07:00Vacas ficam felizes ao ouvir música clássica e dão mais leite<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="//www.youtube.com/embed/jueA-2zSkBo?feature=player_embedded" width="580"></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando dei aula sobre Pitágoras, eu falei sobre isso: as vacas, submetidas à música clássica, que é uma música bem ordenada, isto é, que tem proporção matemática, dão mais leite. Isto ocorre porque toda a natureza, por estar ordenada, reconhece ordem quando a vê. Esta receptividade que nós temos à ordem, quando expressa em termos de sentimento, recebe o nome de beleza. É por isso que dizemos que uma forma é bela, ou que uma música é bela. Dizemos isto quando percebemos a ordem interna - a proporção - da forma ou da música. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Embora o vídeo esteja todo em inglês e eu não o tenha encontrado com legendas, dá pra entender que a idéia de fundo é esta. Apreciem.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-50108890327854272672014-05-27T07:45:00.000-07:002014-05-27T07:53:16.979-07:00René Descartes - A Dúvida, o Cogito e a Alma<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7bmno92ht_xi75Wdap5jIBWEz1wjK3C7C7WD-EFMPe7umS_jOC1vtmb9eKylgR3qIRC1_zTe7VA-yJaJV1v5XxxQqa5mbY5EjrH6VUReaTGzQGyQVr10Xad9wFcJJ5yt74YVcPPg9MIk/s1600/hqdefault.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7bmno92ht_xi75Wdap5jIBWEz1wjK3C7C7WD-EFMPe7umS_jOC1vtmb9eKylgR3qIRC1_zTe7VA-yJaJV1v5XxxQqa5mbY5EjrH6VUReaTGzQGyQVr10Xad9wFcJJ5yt74YVcPPg9MIk/s1600/hqdefault.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
René Descartes foi um filósofo francês, e também matemático. Teve uma educação baseada na filosofia escolástica. É considerado o pai da Filosofia Moderna.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de ter aprendido a filosofia dos antigos e a medieval, Descartes ficou com a impressão de que aquilo tudo apresentava uma certa fragilidade. Algo não o convencia. Essa sensação era aumentada quando ele se deparava com os céticos. Os céticos eram filósofos que duvidavam de tudo: diziam ser impossível conhecer uma verdade, pois não há segurança em nada do que o ser humano conhece.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obviamente, Descartes não concordava com os céticos, mas a sua discordância precisava se basear em argumentos. Daí ele iniciou uma viagem investigativa. Dizia que, se conseguisse encontrar alguma certeza de que não fosse possível duvidar - mesmo que uma só -, ele rebateria os céticos e seria capaz de reconstruir todo o edifício da Filosofia sobre esta pedra angular. Costumava repetir a frase de Arquimedes: "Dêem-me um ponto de apoio e eu moverei a terra." Tudo o que Descartes queria era esse "ponto de apoio", isto é, uma única certeza.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4b53A4gSm1HkEJQtNyZSTtZDchmqQm6ctugDNpxECrgqFEC-gfwSRZO2qX-BqKydMugEjB0BjUJCcb-rcczzxyGz0haqCASaEq7QLjcXscv7_yfnNW6yhqL9akbXHd-bZxjwNNE2Rs1U/s1600/arquimedes1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4b53A4gSm1HkEJQtNyZSTtZDchmqQm6ctugDNpxECrgqFEC-gfwSRZO2qX-BqKydMugEjB0BjUJCcb-rcczzxyGz0haqCASaEq7QLjcXscv7_yfnNW6yhqL9akbXHd-bZxjwNNE2Rs1U/s1600/arquimedes1.jpg" height="298" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arquimedes</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Para isso, Descartes recorreu a um método que se chamou de "Dúvida Metódica" ou "Dúvida Hiperbólica". Este método consistia em duvidar de absolutamente tudo a fim de ver se havia alguma coisa da qual não seria possível duvidar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Descartes, então, dividiu os modos de conhecimento do ser humano: 1- pelos 5 sentidos; 2- pela razão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É possível duvidar daquilo que conhecemos pelos sentidos? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Descartes percebeu que sim. Os sentidos costumam nos enganar, mesmo em situações corriqueiras, como quando olhamos o sol e o vimos menor que a terra. Ou quando vamos a uma piscina, e notamos que ela é mais funda do que parece. Ou ainda quando escutamos alguém nos chamar, e não é ninguém, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, somos sensíveis às ilusões de ótica, que facilmente nos enganam. Se estivermos febris, em delírio, ou drogados, é possível que nossa percepção sensível seja alterada. Quando sonhamos, então, vemos e ouvimos coisas que, no entanto, não existem. </div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkLDWKkeZseA4zrwJIyCoCuvK6yf9_whiDRkUF_4gvemqDQk8lfbo2naWmm_ojIjrEKxAgaMbyeYqGEwKCK3I0-jZYp6bkEGsJVcPUeJgZy0Pgzp5SG9Wa8AKlwthsuEpcpO4eZiujREc/s1600/P1270003.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkLDWKkeZseA4zrwJIyCoCuvK6yf9_whiDRkUF_4gvemqDQk8lfbo2naWmm_ojIjrEKxAgaMbyeYqGEwKCK3I0-jZYp6bkEGsJVcPUeJgZy0Pgzp5SG9Wa8AKlwthsuEpcpO4eZiujREc/s1600/P1270003.JPG" height="235" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWHcz3NpnIXTGIp6-1rcmN8j3W9H0ZUaDSGojpaSUxNmbQSOj2nQqlk_avnGawiHQNWJ1itFXzwWKnn8B1b_KgWklE-WUcaFg02Spllun0Hi1mBpRGSyL-tyv6miFkEX9MH8FjraByJxg/s1600/beetle-20090727-metadream.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWHcz3NpnIXTGIp6-1rcmN8j3W9H0ZUaDSGojpaSUxNmbQSOj2nQqlk_avnGawiHQNWJ1itFXzwWKnn8B1b_KgWklE-WUcaFg02Spllun0Hi1mBpRGSyL-tyv6miFkEX9MH8FjraByJxg/s1600/beetle-20090727-metadream.jpg" height="130" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Descartes percebeu, então, que o engano dos sentidos é um fato. Logo, não se pode confiar neles.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGSULAr7Etgr4UVZf20idThxzcUSeeoxKoxPKYZxdiZAJc2kHsZaWPrX7Dy-dLYroXqBKvNrYmxfpvcG0dopfT_rCpOIg7KLPX1gTOPoH1viT-raEBRTBun9S-nJ7Oox7K1USdY7_Ndcc/s1600/1331858821__foto+ilus%C3%A3o+de+%C3%B3tica+fam%C3%ADlia+homem+mulher+agachados.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGSULAr7Etgr4UVZf20idThxzcUSeeoxKoxPKYZxdiZAJc2kHsZaWPrX7Dy-dLYroXqBKvNrYmxfpvcG0dopfT_rCpOIg7KLPX1gTOPoH1viT-raEBRTBun9S-nJ7Oox7K1USdY7_Ndcc/s1600/1331858821__foto+ilus%C3%A3o+de+%C3%B3tica+fam%C3%ADlia+homem+mulher+agachados.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Descartes passa, então, a analisar a razão. Como exemplos de conhecimentos puramente racionais - isto é, que não nos cheguem pelos sentidos -, ele elege a matemática. Para que alguém saiba que 2+3 são 5, não é preciso enxergar, nem ouvir, nem cheirar, nem sentir pelo toque, nem sentir o gosto. A matemática é algo que é puramente da razão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E, de fato, Descartes observará que o conhecimento matemático resiste à ilusão, seja no sonho, seja no delírio, etc. Mesmo que uma pessoa se drogue e veja 5 pokemons à sua frente, ele poderá contá-los, o que demonstra que a matemática, mesmo nestes casos, permanece válida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Contudo, como está procurando todas as possibilidades possíveis de se duvidar de algo, Descartes encontrará um único caso em que é possível duvidar da razão: a do gênio maligno.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcmWnZSou-MuKjHDpG0Hmjx9n_EcpnjPLMKBXxaGw6kr3oy2vWxHtTTy_YuGtCvfiQsOHCvnr9zcCh-KPervvSRCLuUk4wBK5nBt6i18gIWhttWqJXRvxpuwDrYkVZW-LoON58OJJg4xs/s1600/Imagen2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcmWnZSou-MuKjHDpG0Hmjx9n_EcpnjPLMKBXxaGw6kr3oy2vWxHtTTy_YuGtCvfiQsOHCvnr9zcCh-KPervvSRCLuUk4wBK5nBt6i18gIWhttWqJXRvxpuwDrYkVZW-LoON58OJJg4xs/s1600/Imagen2.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="text-align: justify;">Imaginem que há um ser que possui acesso aos seus pensamentos e que pode manipulá-los. Se tal ser existisse, seria possível que ele fizesse alguém pensar que 2+3 são 5 quando, na verdade, seriam 10. </span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Observem o seguinte: Descartes não está a dizer que tal gênio exista. Mas, apenas, que não é impossível. Ora, se não é impossível, então é possível. E se é possível, então talvez exista. Como esta permanece sendo uma possibilidade, então já não é possível confiar totalmente na razão, pois não se pode provar que a existência deste ser é falsa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Portanto, Descartes chegará à conclusão de que não pode confiar nem nos sentidos nem na razão. Portanto, só lhe resta duvidar de tudo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas é precisamente aqui que lhe surge um insight!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ora, se eu duvido de tudo, então eu estou pensando, pois a dúvida é um pensamento. E, se eu estou pensando, então eu existo, pois não poderia pensar se não existisse. A equação fica assim:</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
Dúvida = Pensamento</div>
<div style="text-align: center;">
Pensamento --> Existência</div>
<div style="text-align: center;">
Se Dúvida, então Existência.</div>
<br />
Daí a fórmula de Descartes: "Penso, logo existo" que, em latim, fica "Cogito, ergo sum".<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXpSU3ZSrapL74ThmaISQGPQUJ1XXeCudNw6jVlJJmxTF0XIdKLnIAaE6XTPzV-CB35wnHVXGYwCbdLL21WPdSY7tVLaqI1DUUhU2ZBCq7nWNCvG8G3SsM-YVX3FHAQFG3M0cNpiKMbo/s1600/P1270006.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXpSU3ZSrapL74ThmaISQGPQUJ1XXeCudNw6jVlJJmxTF0XIdKLnIAaE6XTPzV-CB35wnHVXGYwCbdLL21WPdSY7tVLaqI1DUUhU2ZBCq7nWNCvG8G3SsM-YVX3FHAQFG3M0cNpiKMbo/s1600/P1270006.JPG" height="230" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Esta é uma certeza absoluta, imune a qualquer sonho ou droga, ou a qualquer gênio maligno ou demônio.<br />
<br />
Um ser poderia me enganar sobre o conteúdo do meu pensamento, mas não sobre o fato de eu saber que estou pensando e que, portanto, eu existo. Enganar-me só seria possível através do pensamento. Isto quer dizer que, quando eu digo que estou pensando, não é possível enganar-me quanto a isto, pois é sempre verdadeiro que, enquanto estou pensando ou sendo enganado, estou de fato pensando.<br />
<br />
Esta é a única certeza que Descartes terá. Mas é o suficiente, pois ele só queria uma.<br />
<br />
Descartes, então, dividirá todas as coisas em duas:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
Res Cogitans - A coisa pensante;</div>
<div style="text-align: center;">
Res Extensa - A coisa extensa (todo corpo material).</div>
<br />
Da segunda, é possível duvidar. Mas da primeira, não.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9fEVIZICrUaOVzwQwTPZu3VdkihOiENgK-2Vr0a4pBoa1QWxxt7QJY3Iq0FKkHraqMNnCD1y4MH2_Ff33E9vGfMfeIBFwyyW4ULj54psjS_qqIQ4cirVn7tVLkW3VDSPEJax61cAxOTo/s1600/Descartes+e+Marx+2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9fEVIZICrUaOVzwQwTPZu3VdkihOiENgK-2Vr0a4pBoa1QWxxt7QJY3Iq0FKkHraqMNnCD1y4MH2_Ff33E9vGfMfeIBFwyyW4ULj54psjS_qqIQ4cirVn7tVLkW3VDSPEJax61cAxOTo/s1600/Descartes+e+Marx+2.png" height="291" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOce5G6XEaNekyY99JTXe94qVhiMgyGvKQa04KNsnnBVmB27eJiqdRqyGLpzVAywD_RdAWUQdnYaDiBdhU8XA79RombJfrodH-VMkmxtJpojEl4eVnV5zL65fzUP8aQSSuU4lGoQ0ZoiA/s1600/Descartes+e+Marx+3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOce5G6XEaNekyY99JTXe94qVhiMgyGvKQa04KNsnnBVmB27eJiqdRqyGLpzVAywD_RdAWUQdnYaDiBdhU8XA79RombJfrodH-VMkmxtJpojEl4eVnV5zL65fzUP8aQSSuU4lGoQ0ZoiA/s1600/Descartes+e+Marx+3.png" height="290" width="320" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGywnRio1eITaBw0TwTjQXuAzfs6SQkd2ydGk2jOsI8kIi_1e-UEew0RB6z3zxQ0JUGgcKU-J_HYBfA4gCZcKnE3cNv_nvCfqu0cMVHByiF9Fd46g-RXLmHZIMMtNuU8w_4dtpystX-O8/s1600/descartes+e+as+ilus%C3%B5es+do+g%C3%A9nio+maligno_thumb%5B2%5D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGywnRio1eITaBw0TwTjQXuAzfs6SQkd2ydGk2jOsI8kIi_1e-UEew0RB6z3zxQ0JUGgcKU-J_HYBfA4gCZcKnE3cNv_nvCfqu0cMVHByiF9Fd46g-RXLmHZIMMtNuU8w_4dtpystX-O8/s1600/descartes+e+as+ilus%C3%B5es+do+g%C3%A9nio+maligno_thumb%5B2%5D.jpg" height="307" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Descartes, então, perceberá algumas características do "Eu":<br />
<br />
- Ele duvida;<br />
- Ele pensa;<br />
- Ele existe;<br />
- Ele é imperfeito, pois duvidar é não conhecer; logo, é uma imperfeição.<br />
<br />
Se o "Eu penso, logo existo" é a única certeza que é possível ter, a princípio, então não é possível ter a certeza sequer de que se tem corpo. Essa idéia vai inspirar, por exemplo, teorias como a do filme Matrix.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw9Z8EQcJ1J6a-kz4FEuwhKYYpZwujL3z5k0hcgrYXtgGXhiieVHhc0FWvp98cBJHWaL4qgtqLvobNwfRIe-7OIE5sR8TWF9ZPC-i1ojM-189sB602fPyx1B5i9yZaO6EuIOs253XJufs/s1600/descartescopiacopia1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw9Z8EQcJ1J6a-kz4FEuwhKYYpZwujL3z5k0hcgrYXtgGXhiieVHhc0FWvp98cBJHWaL4qgtqLvobNwfRIe-7OIE5sR8TWF9ZPC-i1ojM-189sB602fPyx1B5i9yZaO6EuIOs253XJufs/s1600/descartescopiacopia1.jpg" height="640" width="428" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Como conhecemos o corpo? A partir da visão ou do tato. Visão e tato são sentidos. Vimos que Descartes duvida deles. Logo, não é possível saber se temos corpo. Contudo, não é possível duvidar que temos pensamento, pois, se duvidarmos, já estaremos pensando.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Conclusão: pensamento e corpo são coisas diferentes. Logo, o pensamento não é físico; é imaterial. O pensamento é a alma. Então, a alma existe.</div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEC_qgXmeFIH7gMH6vACeMUlp44br-Faqo4haGWh0NHpNdSvZdSQzc728wEuw20SxWcqbCc40Oo3JsHuJxJVi5eRs7yo561fxsmI5EWBHVu94cJ09o6SLR5awfOmTOs9Nbly8_5MHw5IQ/s1600/photo_4962_portrait_wide.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEC_qgXmeFIH7gMH6vACeMUlp44br-Faqo4haGWh0NHpNdSvZdSQzc728wEuw20SxWcqbCc40Oo3JsHuJxJVi5eRs7yo561fxsmI5EWBHVu94cJ09o6SLR5awfOmTOs9Nbly8_5MHw5IQ/s1600/photo_4962_portrait_wide.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<div>
<br /></div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-6134681356530141562014-05-27T06:24:00.002-07:002014-05-27T12:18:40.157-07:00Pitágoras - Tudo é número<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZtpxjdr4v3f6a5wBtEY9SKrKHlDAWCIyhmGtLMoXBduuYWTxONG53OMhHYTNCHCxBoGEBBob-FVIxOsQmOPguVFd0VTmy9nx9CtUuyqNryLGSxZwn-p_Dg6_357n7-yR7O7Zi7SP9DB0/s1600/66-Gil-Pitagoras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZtpxjdr4v3f6a5wBtEY9SKrKHlDAWCIyhmGtLMoXBduuYWTxONG53OMhHYTNCHCxBoGEBBob-FVIxOsQmOPguVFd0VTmy9nx9CtUuyqNryLGSxZwn-p_Dg6_357n7-yR7O7Zi7SP9DB0/s1600/66-Gil-Pitagoras.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Pitágoras foi um sujeito de quem pouco se sabe. Teria viajado bastante e, na sua passagem pelo Egito, supostamente teria conhecimento o profeta Daniel. Era, além disso, superior de uma religião cujas informações também nos são escassas. Sabemos, dentre outras poucas coisas, que criam na transmigração das almas e num rigoroso ascetismo. Os que participavam deste movimento religioso faziam voto de segredo, resultando em excomunhão o não cumprimento da norma. Pitágoras não deixou obra escrita, e é impossível identificar o que de fato é doutrina dele e o que é apenas acréscimo de seus discípulos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pitágoras, além de filósofo, era matemático, tendo sido o criador do famoso ""Teorema de Pitágoras", usado na resolução de equações de segundo grau.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bem, Pitágoras, assim como os filósofos pré-socráticos anteriores, está também procurando sobre o princípio do Cosmos. E, curiosamente, ele dirá que tudo veio do Número.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh66edEOXQ5L69ANYgB3r3ra2gQV95jj2UfvAfLOi7A94P15WjkhFJ7h4tHHJw76MYbbAezHgpMelLt-EJly5lr_3gInTPUDyBvmXAr04qVkudsngmvJ-Y_imGfMvZ3MgZaWZIuUxHc8jM/s1600/UniverseMath_m_0131.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh66edEOXQ5L69ANYgB3r3ra2gQV95jj2UfvAfLOi7A94P15WjkhFJ7h4tHHJw76MYbbAezHgpMelLt-EJly5lr_3gInTPUDyBvmXAr04qVkudsngmvJ-Y_imGfMvZ3MgZaWZIuUxHc8jM/s1600/UniverseMath_m_0131.jpg" height="226" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Tentemos compreender a razão de Pitágoras ter dito que tudo veio do número. A princípio, pode parecer não haver muito sentido nisso. Contudo, veremos que que a teoria não é assim tão infundada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Pitágoras percebeu, assim como os demais filósofos antes dele, que o mundo é Cosmos, isto é, possui uma ordem. Como matemático, sabia que uma coisa está ordenada quando está bem distribuída, isto é, quando está organizada em quantidades adequadas. Ora, a quantidade é uma categoria matemática. Daí que, se tudo quanto há está ordenado, então tudo quanto há está organizado matematicamente.</div>
<br />
Observemos alguns exemplos:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvpiB91l-wq4XEwQPKF-i8UBqBoB2PwktBkHbZoDEIphc51d-GTCB4w7mzHb9CeLmPxm2Q6df3WHR7On-aqTnb-ubdJCpENZiGJ974c9iyq1ZgUvriUSoWEiCgMKKvU3P2zRH9nTk9vNM/s1600/abelhas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvpiB91l-wq4XEwQPKF-i8UBqBoB2PwktBkHbZoDEIphc51d-GTCB4w7mzHb9CeLmPxm2Q6df3WHR7On-aqTnb-ubdJCpENZiGJ974c9iyq1ZgUvriUSoWEiCgMKKvU3P2zRH9nTk9vNM/s1600/abelhas.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Aqui temos uma "casa de abelhas". Se nós percebermos, elas a constroem utilizando-se de uma figura geométrica: o hexágono, uma figura de seis lados</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA94FHUABGqp0kWr5Zxl8mf1cFfz4AU96lfzQwZdnOd7BArKYVyBjcholvjOvwLauKiYHNCjwCTledNEbybyTOsNINZ9wfS7VpS26Zfj2BmnYu9qmsKreic-z4xQVJzNSibpYJWnZa6MQ/s1600/hex%C3%A1gono-3d-16133790.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA94FHUABGqp0kWr5Zxl8mf1cFfz4AU96lfzQwZdnOd7BArKYVyBjcholvjOvwLauKiYHNCjwCTledNEbybyTOsNINZ9wfS7VpS26Zfj2BmnYu9qmsKreic-z4xQVJzNSibpYJWnZa6MQ/s1600/hex%C3%A1gono-3d-16133790.jpg" height="200" width="186" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Descobriu-se que esta figura é a mais perfeita possível para se fazer uma casa de abelhas. Isto significa que as abelhas agem de modo estritamente matemático. De que modo, então, as abelhas saberiam disso, visto que elas não possuem inteligência? A conclusão que se impõe é esta: as abelhas não apenas agem matematicamente, mas estão organizadas matematicamente, de modo que, tudo quanto façam, esteja ordenado deste modo.</div>
<br />
Vamos a outro exemplo:<br />
<br />
Tomemos a rota dos planetas:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl7dnQ8WE6ImqZBXAAnFDs3XeM5FMxSj9vMzVGTA9j4uQFTLNW5Rcn6coSCQDEWYwGIdDxu-s33L2uijj4wuC_gfFRUcmeIsOiYCcDG_vBJml_MqKS54xLBhXhZCplyw-rgMHI30-XQWc/s1600/image-04-large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl7dnQ8WE6ImqZBXAAnFDs3XeM5FMxSj9vMzVGTA9j4uQFTLNW5Rcn6coSCQDEWYwGIdDxu-s33L2uijj4wuC_gfFRUcmeIsOiYCcDG_vBJml_MqKS54xLBhXhZCplyw-rgMHI30-XQWc/s1600/image-04-large.jpg" height="250" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Os corpos celestes agem de modo rigorosamente matemático. Os cientistas falam de uma "sintonia fina", que é uma organização matemática tão precisa que, se fosse levemente alterada, tornaria impossível a vida. É impressionante observar como tudo no espaço é devidamente ordenado, organizado. Tudo obedece a leis matemáticas. As rotas dos planetas se completam em um tempo sempre semelhante; eles estão se movendo a uma velocidade tal que permite que, nem sejam atraídos de vez pelo sol, nem se percam no espaço, se afastando dele. É tudo magnífico...</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbaYsm5Su1ZoU7v_sel2YUz8TshWTul1yqh_f4sXc7dzR8loaRTpmgdjT7aC5CMr-jDucuxpBzG-sn8rukHCYlj-mBRU09h52-h8kXQc-t5tf5aMYClH8kKi4mJSGwwLegy4Q8F1-jirw/s1600/11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbaYsm5Su1ZoU7v_sel2YUz8TshWTul1yqh_f4sXc7dzR8loaRTpmgdjT7aC5CMr-jDucuxpBzG-sn8rukHCYlj-mBRU09h52-h8kXQc-t5tf5aMYClH8kKi4mJSGwwLegy4Q8F1-jirw/s1600/11.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Observemos agora estes cristais de gelo, que, quando maximizados, permitem notar a perfeição matemática com que estão construídos:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ6uEjZwi-i2Zd7amhZz1Erc5bRfiOzLn1zS8yHRVdJhneABkcAryDLjRZ5Q1lZiPCEDeV5vt0S9S_VMI5Y9rL0HFMpI2K_sUf5DLTFx7kHOThqR2U4JHqhmT299di3vwi6_08KB28Uio/s1600/cristais.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ6uEjZwi-i2Zd7amhZz1Erc5bRfiOzLn1zS8yHRVdJhneABkcAryDLjRZ5Q1lZiPCEDeV5vt0S9S_VMI5Y9rL0HFMpI2K_sUf5DLTFx7kHOThqR2U4JHqhmT299di3vwi6_08KB28Uio/s1600/cristais.JPG" height="290" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Um fenômeno que nos é muito frequente e que, por isso, talvez não nos espante da perfeição matemática que demonstra, é o que ocorre quando um lago é atingido por algum objeto. Círculos perfeitos se formam.</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAmTYfiP51zgsdLPoobVCox9tMbo_V4xDzp2N_LkbNcpS47NuVCfolNlqBBzDyliDuWNR9MzMSg3VEwwsUJMvxqw62iaT74tDr7SLJ5ZvuaeWcbBV3QA291Ck9a8l2uATZrlwRLkew_cA/s1600/Creative_Wallpaper__040067_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAmTYfiP51zgsdLPoobVCox9tMbo_V4xDzp2N_LkbNcpS47NuVCfolNlqBBzDyliDuWNR9MzMSg3VEwwsUJMvxqw62iaT74tDr7SLJ5ZvuaeWcbBV3QA291Ck9a8l2uATZrlwRLkew_cA/s1600/Creative_Wallpaper__040067_.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Exemplos não nos faltam. Toda a natureza poderia servir para ilustrar a teoria de Pitágoras. Mas, para ficarmos só em mais um, ele percebeu que a música é um tipo de matemática sonora. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrsONdLS8F_ASZeeT7gAPNdRP8kvf2-7r73D0u_jJCjPY0OlUAKbOp9PLiRqSHJojsaJPPB84VAay5kpPDGepsRxSuiMjDCkRRtHtb2nGxCkn2eHjnqW8xQqvLwrJ77hmj0HGjncFAzDE/s1600/cordas-pitc3a1goras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrsONdLS8F_ASZeeT7gAPNdRP8kvf2-7r73D0u_jJCjPY0OlUAKbOp9PLiRqSHJojsaJPPB84VAay5kpPDGepsRxSuiMjDCkRRtHtb2nGxCkn2eHjnqW8xQqvLwrJ77hmj0HGjncFAzDE/s1600/cordas-pitc3a1goras.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Ele havia percebido que, ao se dividir matematicamente as cordas de um instrumento, o resultado são intervalos musicais distintos. Dentre as divisões, Pitágoras encontrou três notas diferentes: a 1ª, a 3ª e a 5ª. Essas são as notas que formam um acorde. As pessoas que tocam algum instrumento saberão, por exemplo, que para formar o acorde de Dó, nós juntamos três notas: a 1ª (Dó), a 3ª (Mi) e a 5ª (Sol). Também nos corais, a divisão das vozes obedece a mesma lógica. Pitágoras parecia pensar que o movimento dos planetas também produziria algum som, uma espécie de harmonia.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Vejamos o que diz Aristóteles sobre os Pitagóricos:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<i>"Também [havia] a afirmação de que uma harmonia é engendrada pelo movimento dos astros, como sons produzidos sinfonicamente (...) Alguns pensadores deduzem que necessariamente o movimento de corpos tão grandes deve produzir um som. Pois isto já acontece com corpos sobre esta Terra, embora não tão grandes e transportados por movimentos de menor velocidade. Assim, a enorme velocidade do sol e da lua e dos astros em tão grande número e tamanho deve necessariamente produzir sons prodigiosos. Admitem isto e também que a diversa distância dos astros de seu ponto central corresponde às relações numéricas da harmonia musical. E como resultasse absurdo que não ouvimos este som, explica que o ouvimos desde o nascimento, e em consequência falta o contraste com o silêncio necessário para que o possamos perceber."</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Disto tudo concluímos que a matemática está em tudo e que tudo está feito matematicamente. Ora, se tudo quanto existe está feito matematicamente, então a matemática deve ser necessariamente anterior a tudo quanto existe. Se a matemática fosse posterior ao mundo, não haveria como o mundo, já no seu início, ter sido feito matematicamente. A necessidade é que ela seja anterior. Ora, se a matemática vem antes, então é preciso admitir que tudo veio do número. É a teoria de Pitágoras. Além disso, Pitágoras dirá que os números não apenas expressam a disposição dos seres, mas que, de certo modo, os constitui.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<i>"Os assim chamados pitagóricos, tendo-se dedicado às matemáticas, foram os primeiros a fazê-las progredir. Dominando-as, chegaram à convicção de que o princípio das matemáticas é o princípio de todas as coisas. E como os números são, por natureza, os primeiros entre estes princípios, julgando também encontrar nos números muitas semelhanças com seres e fenômenos, mas do que no fogo, na terra e na água, afirmavam a identidade de determinada propriedade numérica com a justiça, uma outra com a alma e o espírito, outra ainda com a oportunidade, e assim todas as coisas estariam em relações semelhantes; observando também as relações e leis dos números com as harmonias musicais, parecendo-lhes, por outro lado, toda a natureza modelada segundo os números, sendo estes os princípios da natureza, supuseram que os elementos dos números são os elementos de todas as coisas e que todo o universo é harmonia e número."</i> (Aristóteles)</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-15415055070965381542014-05-26T17:28:00.002-07:002014-05-26T17:28:53.088-07:00Pra se divertir - A briga dos Pré-Socráticos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjECy7gyhUX9VogMOAM08UIJ_5ZtDlWKe0u5Hfj9bX6OxJ9SJ1BLHAsOcqJo6gcqjXHytI6g_eJW71_n6XNKNKRFhkC7uLUZZ3TPWO1Q9wCcRzHiUeOg34KLlvdfBVOFNSgDw1-bYhQspQ/s1600/tira+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjECy7gyhUX9VogMOAM08UIJ_5ZtDlWKe0u5Hfj9bX6OxJ9SJ1BLHAsOcqJo6gcqjXHytI6g_eJW71_n6XNKNKRFhkC7uLUZZ3TPWO1Q9wCcRzHiUeOg34KLlvdfBVOFNSgDw1-bYhQspQ/s1600/tira+1.jpg" height="256" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfVRLs6Uj6kMC4fkHe8ASg4HMMXxKNqS13ODfJcEgaWChcAca7RkBOnfVtAgrXVN5B_pk9IReex9pinFxj-cTuuWTMa8DeI2NgWeCtf9yDDeoWR3jcR-5X1PvQDS67QXUIUxoy-aU4-40/s1600/Tirinha+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfVRLs6Uj6kMC4fkHe8ASg4HMMXxKNqS13ODfJcEgaWChcAca7RkBOnfVtAgrXVN5B_pk9IReex9pinFxj-cTuuWTMa8DeI2NgWeCtf9yDDeoWR3jcR-5X1PvQDS67QXUIUxoy-aU4-40/s1600/Tirinha+2.jpg" height="256" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipIGqRwYorXpnQ763t3k0uyPmoVJnawCjvna7oXyIUIbeT6C5vvsrmcNr83rK8aUDIQcvI2PRGSEd5TuM-7Si7rTUvrrOuoJYTPg1GAOmR-3ZseqM0HCID_TaMr4Dp3Jnfaocq9w6jS1c/s1600/tira+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipIGqRwYorXpnQ763t3k0uyPmoVJnawCjvna7oXyIUIbeT6C5vvsrmcNr83rK8aUDIQcvI2PRGSEd5TuM-7Si7rTUvrrOuoJYTPg1GAOmR-3ZseqM0HCID_TaMr4Dp3Jnfaocq9w6jS1c/s1600/tira+3.jpg" height="256" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnJwL8jx-VYgZ9QNRZNVYQFBnE3xW2VNpNCY6JA5OyzcgAn3eapMLbbGJbSjFrFs7bkejOfWiipido0rk9K_UdK84MKe-XJQiOMgXdqAigHnWe8AjnMb_tWoA6Hie5FrAPppXvxbfJRkg/s1600/tira+4+ok.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnJwL8jx-VYgZ9QNRZNVYQFBnE3xW2VNpNCY6JA5OyzcgAn3eapMLbbGJbSjFrFs7bkejOfWiipido0rk9K_UdK84MKe-XJQiOMgXdqAigHnWe8AjnMb_tWoA6Hie5FrAPppXvxbfJRkg/s1600/tira+4+ok.jpg" height="256" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX92j7Vp9YhqIImmFRkrni7BHmdLj8Dmd61dH_KFzpmVEZsR-A44bGZkw8ywiypJIspbC7VLTacnRcZquc8KZC2KIZeUCzvZi10ne8GpezoHtv6IOIFYGxbj1wpXnTAZVvDjFTU0QAdlA/s1600/tira6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX92j7Vp9YhqIImmFRkrni7BHmdLj8Dmd61dH_KFzpmVEZsR-A44bGZkw8ywiypJIspbC7VLTacnRcZquc8KZC2KIZeUCzvZi10ne8GpezoHtv6IOIFYGxbj1wpXnTAZVvDjFTU0QAdlA/s1600/tira6.jpg" height="256" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-72806687539332912222014-05-26T17:13:00.002-07:002014-05-27T06:27:40.197-07:00Anaximandro - A Arché é o Ápeiron<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_9c51YCVa8EFhm3FZH6KIaEmOYzFDbBxF36Ivo3JfjWn6UAAlANyN4yG_Q9CODwLrF4seHnwY8LGGggdXNCrk5BspyweExPcXjt-tMAx0e3vnmHKkHaUYhrpTVboLvLhggbhUeVRsGok/s1600/frases-do-filosofo-anaximandro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_9c51YCVa8EFhm3FZH6KIaEmOYzFDbBxF36Ivo3JfjWn6UAAlANyN4yG_Q9CODwLrF4seHnwY8LGGggdXNCrk5BspyweExPcXjt-tMAx0e3vnmHKkHaUYhrpTVboLvLhggbhUeVRsGok/s1600/frases-do-filosofo-anaximandro.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Anaximandro foi discípulo de Tales. Foi o primeiro a publicar escritos filosóficos. Curiosamente, parece ser também um precursor da teoria da evolução, ao dizer que os homens teriam vindo dos peixes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Embora aluno de Tales, Anaximandro negava que a água fosse a arché. A origem de todos os elementos limitados não pode ser outro elemento limitado. Uma coisa que dê origem a todos os seres não pode ser nenhum deles em particular; antes, tem de estar para além deles. Desse modo, a origem dos seres do mundo não pode ser a água, ou o ar, ou nenhum dos demais seres que conhecemos. Isto é confirmado por um dos seus comentadores:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Diz que o ilimitado é o princípio e elemento das coisas. (...) Afirma que é, não a água ou algum dos assim chamados elementos, mas uma outra natureza diferente, ilimitada, da qual seriam formados todos os céus e o cosmos naqueles contidos. (...) É evidente que Anaximandro, ao observar a transformação recíproca dos quatro elementos, não quis tomar um destes como substrato, mas um outro diferente."</i> (Simplício)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Disto concluímos o seguinte: se a arché tem de estar além dos elementos ilimitados, ela tem de ser ilimitada. Além disso, se ela não pode ser nenhum dos elementos determinados que conhecemos, então ela deve ser indeterminada ou indefinida e, também, desconhecida, isto é, não podemos ter uma experiência direta dela, uma vez que toda a nossa experiência vem de objetos determinados e finitos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos ainda que, uma vez que a arché é a origem de todas as coisas, e que sempre há seres no mundo - lembremos que para os gregos antigos, não existia a idéia da criação, o que lhes fazia pensar que o mundo era eterno -, então a Arché deve ser necessariamente imortal e eterna, pois sempre estaria originando os seres.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Podemos, então, resumir as características da Arché, segundo Anaximandro: ela é ilimitada, indefinida ou indeterminada, imortal, eterna e não experienciada. O próprio escreve:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"O ilimitado é eterno. O ilimitado é imortal e indissolúvel."</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Diz, por sua vez, Aristóteles:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Tudo ou é princípio ou procede de um princípio; ora, não há princípio do ilimitado, pois se tivesse seria limitado. No mais, por ser princípio, deve ser não engendrado e indissolúvel. Porque necessariamente tudo o que é gerado, chega a um fim, e há um termo a toda dissolução. Por isto, como dizemos, não tem princípio, mas ele próprio parece ser o princípio das outras coisas, e abraçá-las e governá-las todas".</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É exatamente a característica de não conhecido que inspirará Anaximandro a nomear o seu elemento primordial. Para os gregos, o termo "não" era expresso pelo prefixo "a", costume que herdamos com algumas palavras, como "amoral" (não moral), "anormal" (não normal), "aluno" (que não tem luz), etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O termo "experiência" deriva de "peras", que significa "fim", "limite" ou "fronteira". Mas também vem de "peri", que possui a conotação de "ter contato com", "fazer a experiência". Como o elemento primordial de Anaximandro é um elemento com o qual não se tem contato direto, ele achou conveniente chamá-lo de "Apeiron" (ἄπειρον), isto é, "aquilo de que não se tem experiência" ou, ainda, "aquilo que não tem fronteira ou limite".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8B7LpEv-zKmazD0qDWxx1N9PtmLy_R2HF0-0KGxMajTZsArcW7K-Nn7CgcMWZTY96zKbI1WFbbu972M5fWzB3q7w_nliWScZ9mnpW70ALGYxVGIGKqBDfKRR9pRd0LAWUVVZ2Y4z-8t4/s1600/LogoApeiron+rojo+y+blanco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8B7LpEv-zKmazD0qDWxx1N9PtmLy_R2HF0-0KGxMajTZsArcW7K-Nn7CgcMWZTY96zKbI1WFbbu972M5fWzB3q7w_nliWScZ9mnpW70ALGYxVGIGKqBDfKRR9pRd0LAWUVVZ2Y4z-8t4/s1600/LogoApeiron+rojo+y+blanco.jpg" height="105" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A substância primigênia de onde tudo surge</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Apeiron origina os seres a partir de um processo de separação. Visto que ele tem todas as coisas sem ser nenhuma delas, alguma coisa se define à medida em que se separa dele. Imaginemos um amontoado com todos os átomos existentes. Este amontoado não será nenhum ser em particular, mas terá aquilo que forma todos os seres. Se quisermos obter água, tudo o que devemos fazer é pegar dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, e separá-los daquela sopa atômica, e, então, água é o que teremos. O mesmo se dá com todas as demais coisas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Anaximandro dirá ainda que o Ápeiron origina as coisas a partir de duplas de contrários: quente, frio; alto, baixo; preto, branco; belo, feio; direita, esquerda; bem, mal; forte, fraco, etc., conforme diz Simplício:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Anaximandro não explica a gênese pela mudança do elemento primordial, mas pela separação dos contrários em consequência do movimento eterno".</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJjSuvPq3NdjMUjHjBy6U00yXxUYY6ogXEn9GO-7fXOT7lSFbiBTpUuq-4skw7AkocF-BD2bSBveSncxI2KSvKQvOP2W7Vus6bDQaMpPVu8AGK36tIKgvq2zV6ys9lQtKSfWb7agbz7jg/s1600/filosofia+em+quadrinhos+anaximandro+filosofos+em+a%C3%A7%C3%A3o+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJjSuvPq3NdjMUjHjBy6U00yXxUYY6ogXEn9GO-7fXOT7lSFbiBTpUuq-4skw7AkocF-BD2bSBveSncxI2KSvKQvOP2W7Vus6bDQaMpPVu8AGK36tIKgvq2zV6ys9lQtKSfWb7agbz7jg/s1600/filosofia+em+quadrinhos+anaximandro+filosofos+em+a%C3%A7%C3%A3o+2.jpg" height="297" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Clique na imagem para ver maior.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Uma vez que as coisas definidas se destroem, elas retornam ao Ápeiron, conforme ele nos diz:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>"Todas as coisas se dissipam onde tiveram a sua gênese, conforme a necessidade; pois pagam umas às outras castigo e expiação pela injustiça, conforme a determinação do tempo."</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele usa a expressão "injustiça" como sinal da separação destes elementos da sua fonte. Daí que, a fim de cumprir a justiça, eles deverão retornar para lá, uma vez que cesse a sua determinação.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-27600487001945812252014-05-23T18:52:00.000-07:002014-05-23T18:52:14.971-07:00Anaxímenes - A Arché é o Ar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgixEMDLfh4CLcBTx1BHA2AWCsDk17_vipcJqEuFnT0bsYQ-CNQlKUs6cFzyjF_1EbvpODO16UDiX7EdGal98Zy3qscFdXpuQzkDgaT83_dU2Vcmi_FNK68ZHQftaQcxHIT2FRFSx7WtiA/s1600/anaximenes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgixEMDLfh4CLcBTx1BHA2AWCsDk17_vipcJqEuFnT0bsYQ-CNQlKUs6cFzyjF_1EbvpODO16UDiX7EdGal98Zy3qscFdXpuQzkDgaT83_dU2Vcmi_FNK68ZHQftaQcxHIT2FRFSx7WtiA/s1600/anaximenes.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Anaxímenes também era de Mileto, como Tales. Viveu entre 585 a.C até cerca de 528 ou 525 a.C. Nada mais se sabe sobre ele. Uma curiosidade: ele foi o primeiro a perceber que a lua não tem luz própria e que recebe a luz do sol.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Anaxímenes também estava em busca da Arché. Neste processo, ele pareceu focar sua atenção na importância da respiração nos seres vivos. Com efeito, tanto animais quanto plantas respiram. Os minerais, que não respiram, não são vivos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Notou também que a respiração possui os movimentos de inspiração e expiração. Quando uma pessoa morre, a sua última respiração é uma expiração, isto é, para fora. Ou seja: a morte faz com que o ar saia do corpo. Talvez por isso, Anaxímenes dizia que a alma é ar. Um dos fragmentos dele diz o seguinte:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Como nossa alma, que é ar, nos governa e sustém, assim também o sopro e o ar abraçam todo o cosmos."</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para Anaxímenes, então, a Arché é o Ar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Do ar dizia que nascem todas as coisas existentes, as que foram e as que serão, os deuses e as coisas divinas" Hipócrates falando sobre Anaxímenes</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De novo, se o ar é a origem de todas as coisas, é preciso que ele possa se transformar em todas as coisas. E isto se dá, segundo Anaxímenes, a partir de dois movimentos do ar:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1- Movimento de Rarefação ou Dilatação - é quando o ar fica mais "espalhado";</div>
<div style="text-align: justify;">
2- Movimento de Condensação ou Compressão - é quando o ar fica mais "apertado".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Notem a diferença:</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAuwPHwX5lRwhyphenhyphen5dqqu7OnzRerv0_X7r-xp7-JgMJkGSNbnxYyD_t-7s1DXXfO6FoRpSLWVEZypTl5ep0D1SBc50LYP9JYyDuojxY6bn4KPRcvzJzRQ4nA8dX1k5iiw3naIwsP6txyhhI/s1600/Rarefa%C3%A7%C3%A3o+e+Compress%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAuwPHwX5lRwhyphenhyphen5dqqu7OnzRerv0_X7r-xp7-JgMJkGSNbnxYyD_t-7s1DXXfO6FoRpSLWVEZypTl5ep0D1SBc50LYP9JYyDuojxY6bn4KPRcvzJzRQ4nA8dX1k5iiw3naIwsP6txyhhI/s1600/Rarefa%C3%A7%C3%A3o+e+Compress%C3%A3o.jpg" height="275" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Dirá ainda o Hipócrates, a respeito da teoria de Anaxímenes:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>"Quando o ar se rarefaz, torna-se fogo; e quando se condensa, vento; com maior condensação, nuvem; se for mais forte, água; se mais forte ainda, terra; e com sua extrema condensação, transforma-se o ar em pedra."</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Vejamos: se o ar se concentra, ele se torna vento. Isso pode ser observado, não é? Sobretudo, se vamos à praia, notamos que o vento já é mais potente do que o mero ar que respiramos. Se, porém, ele se condensa mais um pouco, ele se torna nuvem. A nuvem é feita de quê? De ar, obviamente. Mas ela está num estado já tão concentrado que o ar se torna visível. E se a nuvem ficar carregada? O que acontece? Chuva! Ou seja, da nuvem sai água. Daí o Anaxímenes pensar que todas as coisas são formas diferentes do ar. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Portanto, tudo vem do ar e tudo é ar.</div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-42468077856560813762014-05-23T17:15:00.000-07:002014-05-23T17:16:05.625-07:00Tales de Mileto - A arché é a água<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6anuA90TomZGMvAeNMlMziORKz6kz6tsREP92zIyowM_YSiaU8flQv77SPRC6IAr2GDSMkuv3i9yTib9ILaByQBk0o_pOTKqyViVN-DPGThC7mDkUBlKvwWBREGdC3gzuoAe7XWbzsVM/s1600/Tales+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6anuA90TomZGMvAeNMlMziORKz6kz6tsREP92zIyowM_YSiaU8flQv77SPRC6IAr2GDSMkuv3i9yTib9ILaByQBk0o_pOTKqyViVN-DPGThC7mDkUBlKvwWBREGdC3gzuoAe7XWbzsVM/s1600/Tales+1.jpg" height="313" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Esqueçam o "prático". Tales, na verdade, era um contemplativo.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
O primeiro filósofo foi Tales de Mileto. Mileto era uma importante cidade da Grécia. Pouco se sabe da vida de Tales, e é improvável que tenha escrito algum livro. Foi chamado por Aristóteles como o fundador da Filosofia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em sua busca pela origem do cosmos, Tales deparou-se com a importância particular da água na vida dos seres vivos. De fato, ele constatou:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuwTdGG6kl3Ih4eFr4oNzar5MihjrFA7Z3FUnfZkH5PbAX_beMJTXKiOKdxS1ADARN20EJ-gtffea04ZbaUACt1DqxkZsLE2FK0QTHLHa7TuDNmXyCC2pA3rLO7HT4dJSA7tcvFBG2jl0/s1600/stock-footage-rain-falling-over-a-young-green-plant.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuwTdGG6kl3Ih4eFr4oNzar5MihjrFA7Z3FUnfZkH5PbAX_beMJTXKiOKdxS1ADARN20EJ-gtffea04ZbaUACt1DqxkZsLE2FK0QTHLHa7TuDNmXyCC2pA3rLO7HT4dJSA7tcvFBG2jl0/s1600/stock-footage-rain-falling-over-a-young-green-plant.jpg" height="111" width="200" /></a>- Tudo quanto é vivo é constituído de água;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Quando chove, sempre nasce algo;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Quando falta água, os seres morrem;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Quando os seres morrem, eles secam;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Quando um animal é gerado, ele fica dentro de um recipiente cheio de líquido;</div>
<div style="text-align: justify;">
- O princípio de geração dos animais, o sêmen, é líquido, e, portanto, feito de água;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por causa dessas coisas, observadas por Tales, ele deduziu que a água era o princípio de todas as coisas. Vejamos o que diz Aristóteles sobre a teoria do primeiro filósofo:</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Tales diz que o princípio é a água,</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>pelo que ele sustentava que a própria terra</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>está fundada sobre a água. (...)</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Por isso Tales aderiu a tais conjecturas,</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>e ainda mais porque as sementes</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>de todas as coisas</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>possuem uma natureza úmida</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>e a água nas coisas úmidas</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>é o princípio de sua natureza".</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDRA-JQzv3fdYFTnZaB49rh_nTrkrwT_u8JIYL-RUaFpBbS3E1mULBo24lcm0G7BgRAeswDx_cPeHDNIOSmrirbXthZ6yd1FkVfyUSsAyW0sjQmKCtrJsGfCloQMV_QfPXqmzCroupEw4/s1600/%C3%A1gua+com+g%C3%A1s.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDRA-JQzv3fdYFTnZaB49rh_nTrkrwT_u8JIYL-RUaFpBbS3E1mULBo24lcm0G7BgRAeswDx_cPeHDNIOSmrirbXthZ6yd1FkVfyUSsAyW0sjQmKCtrJsGfCloQMV_QfPXqmzCroupEw4/s1600/%C3%A1gua+com+g%C3%A1s.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Logo, Tales dirá que é a água a <i>arché</i> ou origem de todas as coisas. No entanto, se assim é, a água deveria possuir em si a capacidade de se transformar nos outros seres, isto é, de se tornar aquilo que ela não é, pelo menos no seu estado de água. Sabemos que a água possui três estados: líquido, sólido e gasoso. Se pegarmos um copo de água com gás e um cubo de gelo, teremos, num mesmo lugar, água nos três estados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sabemos que o ar não é o mesmo que a água. No entanto, é possível transformar a água em ar. Isto acontece quando a fervemos aos 100º celsius. Se, aí, podemos contemplar a água se transformando em vento, esta é uma prova de que a água pode se tornar aquilo que ela não é. No gelo, também a vemos mudar de estado e assumir um aspecto sólido. Portanto, se ela é passível de alterações, nada impede que se transforme em outras coisas além de ar e gelo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para Tales, a água existe em infinitos estados, pois tudo quanto existe teria vindo da água, e seria água, em diferentes estados. Desse modo, o que muda de uma pedra para uma árvore é o estado, pois ambos seriam água.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Escreveu o filósofo Cícero:</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Tales de Mileto, o primeiro a indagar estes problemas, disse que a água é a origem das coisas e que deus é aquela inteligência que tudo faz da água."</i></div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5529514001690990885.post-21581806822152673402014-05-23T16:58:00.001-07:002014-05-23T16:58:51.551-07:00Pra se divertir - Ariano Suassuna e a Teoria da Evolução<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="//www.youtube.com/embed/s4R89HMKSHY" width="540"></iframe></div>
Fábio Graahttp://www.blogger.com/profile/08825929150817210859noreply@blogger.com0