Desde que o ser humano existe, ele costuma se perguntar sobre a origem de tudo quanto vê. Suas primeiras impressões lhe dizem que ele habita uma superfície extensa, que chamou de "Terra", e que ao redor desta superfície existem outros corpos, muitos dos quais ele consegue ver a olho nu: o sol, a lua, alguns planetas e as estrelas. É natural, então, que ele se pergunte como tudo isso surgiu.

Este modo de ver ficou conhecido como sistema geocêntrico (Geo = Terra; Cêntrico = Centro) ou sistema ptolomaico, pois Ptolomeu foi o seu primeiro sistematizador, isto é, a pessoa que transformou essas ideias numa teoria organizada.
Esse sistema perdurou até o começo da modernidade. Nicolau Copérnico, um astrônomo, formulou uma teoria que contrariava o sistema geocêntrico. Segundo ele, não era a Terra que habitava o centro do universo, mas o sol. Este novo sistema contradizia não só a visão astronômica anterior, mas abalava igualmente a religião. Com efeito, a Cristandade, entendendo ser o homem o centro da criação de Deus, via como muito conveniente que ele habitasse o lugar central do universo. Agora, porém, com a nova teoria, a Terra era jogada ao escanteio, e aparecia não mais como um espaço privilegiado, mas apenas como um planeta entre outros. A centralidade do homem como imagem de Deus recebia um golpe, e a Religião, tendo as suas teorias contrariadas pelos fatos, viu-se desacreditada. Toda a sociedade dessa época era profundamente religiosa, de modo que esta mudança produziu uma espécie de crise existencial, motivo pelo qual ficou conhecida como "Revolução Copernicana".

Atualmente, conforme o tempo passa, os métodos e instrumentos de observação vão ficando mais sofisticados e permitindo uma observação sempre mais completa do universo. As mesmas perguntas do começo, isto é, de como tudo surgiu, continuam a ser feitas, ainda que agora tenhamos respostas mais complexas e elaboradas do que antes. A hipótese criacionista, embora tenha recebido ali um golpe, ainda que não fosse intenção dos defensores do heliocentrismo - que eram ambos religiosos -, nunca foi inteiramente abandonada. Toda a cristandade continuou atribuindo a origem do universo à ação direta de Deus. Mas quanto ao modo isso como o Universo foi feito, não se sabe e não há uma resposta definitiva. A teoria mais aceita quanto a este problema é a do Big Bang. Segundo ela, o universo teria surgido a partir de uma grande explosão. Além destas, há ainda outras teorias: a da eternidade do universo, a de que haja, não um, mas múltiplos universos (teoria do multiverso), não sendo possível definir qualquer começo, etc.
As duas teorias mais famosas, a criacionista e a do Big Bang, geralmente são vistas como opostas e mutuamente excludentes. O Big Bang ganhou fama de ser uma teoria ateísta, que tenta dispensar Deus do processo de surgimento do universo. Embora ateus possam tranquilamente defender essa teoria, não é o caso que o seu primeiro defensor fosse um ateu. Era, na verdade, um padre, o Pe George Lemaitre, que a chamava de "hipótese do átomo primordial".
Assim, as teorias do Big Bang e do Criacionismo não são opostas, mas harmônicas. Uma pessoa pode defender as duas ao mesmo tempo. Há mesmo quem afirme que o Big Bang não somente permite, mas exige a existência de Deus, como se pode ver no vídeo abaixo.
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